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Mauro: "Tite não fez nada para se reinventar da Copa de 2018 para cá"

Do UOL, em São Paulo

06/07/2021 00h08

O Brasil se classificou para a final da Copa América após vencer o Peru por 1 a 0 nesta segunda-feira (5). Apesar do triunfo, a seleção sentiu algumas dificuldades, principalmente no segundo tempo, diante de um adversário que já havia goleado por 4 a 0 na fase de grupos.

No Fim de Papo, live pós-rodada do UOL Esporte - com os jornalistas Luiza Oliveira, Mauro Cezar Pereira, Menon e Rodolfo Rodrigues - os comentaristas analisaram o desempenho da seleção brasileira na semifinal da Copa América. Eles apontaram alguns problemas da equipe, especialmente com relação a Tite.

"Não consigo achar normal a seleção brasileira contra o Peru, que é um time modesto, recuar no segundo tempo, ter menos a bola, marcar no seu campo, ter atacantes como Everton Cebolinha e Richarlison com mais desarmes do que finalizações. É ótimo que eles participem da recuperação da bola, mas por que eles não participam tanto de ações ofensivas? Porque o time não ataca. Isso é muito pouco. Precisa de mais ambição. O Brasil joga pautado pelo Corinthians de 2015, 2012. O Tite, da Copa de 2018 para cá, simplesmente não fez nada para se reinventar, oferecer uma alternativa de jogo", comentou Mauro.

Menon destacou o bom primeiro tempo da seleção, que criou várias chances e abriu o placar com Lucas Paquetá, mas alertou para a queda de produção do time após o intervalo. "No segundo tempo, a seleção piorou muito e mostrou fragilidade. A gente fica sempre na dúvida se foi o Peru que avançou ou se foi essa coisa meio atávica dos técnicos brasileiros que fazem uma diferença mínima e voltam para apostar no contra-ataque", observou.

Mauro não gostou do que viu no gramado do Engenhão. "O Brasil tem material humano para mais do que isso. O cuidado defensivo diante de adversários risíveis como esse time do Peru é algo extremamente preocupante. O Brasil joga contra os países vizinhos, todos muito fracos e em momentos ruins. Os números são anabolizados por uma fragilidade muito grande dos adversários", apontou.

Para Rodolfo, a classificação da seleção brasileira para a final foi justa, mas a equipe está devendo um bom futebol. "O segundo tempo foi medonho e a seleção estranhamente recuou demais Levou sufoco nos primeiros 15 minutos, teve menos posse de bola do que o Peru e viu o Ederson fazer três boas defesas. O Brasil chega à final da Copa América com méritos. Não teve tanta dificuldade, mas apresentou um futebol pobre", analisou.

Mauro criticou o pragmatismo de Tite e a maneira como o treinador não evoluiu sua visão de jogo. "No caso do Tite, ele tem uma forma pronta e os jogadores têm que se encaixar naquilo ali. É muito isso, repetir fórmulas. Firmino e Gabigol jogam mal nos seus times? Você pega os jogadores e não tira o maior potencial que eles têm. O Brasil não derrotou o Equador no dia em que ele fez vários testes, mas não fez na proposta de jogo. O Brasil age igualzinho ao Corinthians do Tite: faz um gol e recua, não importa o adversário. Isso pode até dar certo em uma Copa do Mundo, mas a cobrança na seleção brasileira tem que ser algo especial", finalizou.