Sem dinheiro, Cruzeiro acumula mais de 170 processos na Justiça do Trabalho
Não é de hoje que o Cruzeiro vive enorme martírio financeiro, com dívida estratosférica que se aproxima da casa dos R$ 900 milhões, e que o faz passar por uma série de punições da Fifa que o impedimento do registro de atletas. Endividado e com dificuldades para pagar salários e despesas básicas, como a conta de luz — sofreu corte de energia por falta de pagamento —, a Raposa superou a marca de 170 processos trabalhistas ativos.
Só em 2021 já são 40 ações ajuizadas contra o Cruzeiro, processos que tramitam em 29 Varas do Trabalho diferentes em Belo Horizonte. Além dessas lides jurídicas tratadas diretamente na Justiça do Trabalho, há também discussões na Justiça comum. Como a impetrada pelo meia Régis, que vestiu a camisa celeste no ano passado. De acordo com a petição obtida pelo UOL Esporte, o jogador cobra R$ 33.131,14 correspondentes a direito de imagem não pagos nos meses de agosto, outubro, novembro e dezembro de 2020, além de encargos. Cada parcela tinha valor de R$ 7,5 mil.
"Evidenciada a obrigação, é a presente para requerer se digne Vossa Excelência a determinar a citação do Requerido para, no prazo de 15 dias, nos termos do art. 701 do CPC, efetuar o pagamento no valor de R$ 33.131,14 (trinta e três mil cento e trinta e um reais e quatorze centavos), devendo ser o valor acrescido dos devidos juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, atualização monetária, honorários advocatícios de 5% (cinco por cento) e demais encargos legais até a data do efetivo pagamento, isentando-o em caso de pagamento, das custas processuais", pedem os advogados de Régis.
Outro processo de Régis
O próprio Régis já havia entrado na Justiça do Trabalho cobrando R$ 577.362,36 por salários atrasados, FGTS, 13º e férias não pagos. A defesa do meio-campista chegou a demonstrar ao juiz que houve tentativa de acordo com o Cruzeiro, mas sem sucesso. O processo corre na 43ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte desde março deste ano.
Mais descumprimento de acordo
Outra ação recente na Justiça do Trabalho coloca o meia Robinho, hoje no Coritiba, mas ex-jogador do Cruzeiro, no centro das atenções. O meio-campista cobra mais de R$ 3 milhões em processo que corre na 9ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, depois de a atual diretoria não honrar compromissos acordados anteriormente. Uma audiência foi marcada para o próximo dia 27.
Em 2019, o jogador rescindiu com a Raposa e firmou novo acordo. Na ocasião, a dívida celeste girava em torno de R$ 2 milhões. Sem "bala na agulha" para quitar a pendência, a diretoria azul na época fez um instrumento de confissão de dívida para repactuar débitos e dividiu o valor em 20 parcelas, com primeiro vencimento a partir de abril de 2021. Os valores não foram pagos.
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