Topo

Flamengo vive guerra aberta e racha envolvendo Ceni, e desconfiança ronda

Marcos Braz e Rogério Ceni durante ida do técnico ao CT do Flamengo - Alexandre Vidal / Flamengo
Marcos Braz e Rogério Ceni durante ida do técnico ao CT do Flamengo Imagem: Alexandre Vidal / Flamengo

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

09/07/2021 17h44

As duas derrotas consecutivas no Brasileiro conflagraram uma guerra no Flamengo e ampliaram as divergências entre a Gávea e o Ninho do Urubu.

O estopim para que o barril de pólvora explodisse foi uma matéria trazida pelo blog do jornalista Mauro Cezar Pereira, que demonstrou que o Centro de Inteligência e Mercado (CIM) do clube "escalou" os gremistas Geromel e Kannemann na análise prévia a um jogo contra o Sport.

A informação fez explodir o clima de desconfiança entre integrantes da comissão técnica que não chegaram com Ceni ao clube e os homens de confiança do ex-goleiro. O contragolpe veio horas depois. O "GE" publicou um áudio vazado do analista de mercado Roberto Drummond, que chamou Rogério de "pessoa ruim" e reclamou dos métodos do treinador.

O que já era ruim ficou péssimo. Sob fogo cruzado, o Flamengo viveu um dia tenso de treinos no Ninho e Ceni já vai dando sinais de cansaço aparente diante do cenário. O comandante tenta tocar o dia a dia como se nada estivesse acontecendo, porém a sensação coletiva é de que os dias estão contados e já não há salvação.

Mais introspectivo e pouco maleável, Rogério não conquistou os corações das outras pessoas no clube. Alguns dos ouvidos pelo UOL Esporte destacam o comportamento "para baixo" do profissional.

O tiroteio não se resume ao CT e os bastidores da Gávea também fervem, especialmente no embate da cúpula de futebol com Rodrigo Tostes, vice de finanças. Sem avanços no mercado, o diretor Bruno Spindel e o vice Marcos Braz reclamam da dificuldade para a liberação de dinheiro. Tostes se defende ante a necessidade de cumprir as metas e não estourar o orçamento. Ao lado do dirigente também se posiciona o vice de relações externas Luiz Eduardo Baptista, o Bap, que não tem um relacionamento dos mais leves com Braz.

A falta de reforços também explica a irritação crescente do treinador, que já nem esconde sua chateação com o fato de não ter peças de reposição à altura, mas o incômodo do técnico vai além, já que ele se sente absolutamente desprotegido no Fla.

Sempre atuante nas redes sociais, Braz se recolheu e evitou declarações públicas nos últimos tempos. Peça central no xadrez político, ele também vê o processo eleitoral (eleição será em dezembro) mexer com o dia a dia do Flamengo e já não tem o prestígio de outrora com pares da diretoria, aumentando ainda mais o campo minado rubro-negro.

Em meio ao caos, o time tenta se manter concentrado para o jogo de domingo contra a Chapecoense, 18h15, no Maracanã. Um simples tropeço pode precipitar mudanças que vão além de Ceni.