Roger 'quebra cabeça' por ataque e Lucca pode reconquistar espaço no Flu

Da fartura à escassez de opções, o Fluminense vive um problema no setor ofensivo, e o técnico Roger Machado quebra a cabeça em busca da melhor formação diante dos desfalques. No atual cenário, Lucca surge como alternativa e tem a oportunidade de conquistar um espaço que ainda não conseguiu de forma efetiva desde a chegada ao Tricolor.

Titular como referência no ataque, Fred está com um edema na coxa direita, detectado em exames realizados ontem (8), e virou desfalque. A situação fica mais desfavorável por conta do fato de Abel Hernandez e Bobadilla, opções para a posição, também não estarem à disposição. Além disso, o jovem John Kennedy, outro postulante, ainda não reúne condições de atuar após grave quadro de covid-19.

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Diante de tais circunstâncias, Lucca desponta como possível escolha, assim como aconteceu nas duas últimas partidas. Contratado no fim de setembro, o atacante, porém, nunca teve uma grande sequência e divide opiniões na torcida.

Nas Laranjeiras, o camisa 7 chegou para ocupar a lacuna que surgiu no grupo com a venda de Evanilson ao Porto, de Portugal, mas não engrenou como o esperado, principalmente após as boas passagens no Corinthians de 2015 e Ponte Preta de 2017, ocasião em que atuou nas três posições do ataque e deu boa resposta como "homem-gol".

No Tricolor, até aqui, ao todo, foram 30 jogos e três gols. Na reta final da última edição do Brasileiro, ainda sob o comando de Marcão, chegou atuar como titular consecutivamente, mas a dose não se repetiu em 2021. Na atual temporada, foram 12 partidas —-quatro desde o apito inicial— e ainda busca balançar a rede pela primeira vez.

Além disso, viu a concorrência aumentar com a chegada do uruguaio Abel e do argentino naturalizado paraguaio Bobadilla, integrantes do pacote de reforços que a diretoria fez visando a Libertadores.

Caso a escolha por Lucca desde o início se concretize, o Fluminense, inclusive, pode adotar uma "nova cara", uma vez que ele aponta características diferentes dos concorrentes pela vaga.

"Quando o Fluminense joga em contra-ataque, que é a maioria dos casos, o Lucca funciona, porque é um jogador rápido, experiente, sabe atacar esses espaços em profundidade, tem esse tempo certo até para não ficar em impedimento. E é até mais rápido em comparação a Fred, Abel Hernandéz e Bobadilla. O problema é que o jogo todo não funciona assim. Alguns adversários que vão obrigar o Fluminense a ter um 9 que segure um pouco mais a bola, porque tem de sair de trás, ou até que participe dessas jogadas de articulação. Nestes casos, acho que ele não seria o nome mais indicado", analisa Rodrigo Coutinho, colunista do UOL Esporte.

"Neste cenário de ficar mais com a bola, tem duas alternativas: colocar o Nenê mais adiantado, e a outra é uma mescla do Lucca com o Nenê, que é colocar o Caio Paulista, um jogador que tem força física, velocidade e sabe segurar a bola de costas. Não tem tanta articulação, não vai fazer uma tabela, achar um companheiro, não é tão refinado, mas acho que é uma opção", completou.

Vale ressaltar que, neste mesmo ritmo, Roger já testou Ganso como "falso 9" no Campeonato Carioca, fazendo que a opção esteja também no radar.

De todo modo, a atuação de Lucca na partida contra o Ceará, quando entrou no primeiro tempo após Fred acusar o incômodo muscular, foi avaliada de forma positiva pelo treinador.

"O Lucca, dentro da sua virtude, que busca as costas [dos marcadores]... Nesse jogo com a defesa muito congestionada, com pouca profundidade, teve poucos espaços. Mas, para mim, foi muito participativo, criou muitas oportunidades de levar a linha do adversário para trás para aparecer espaço para as flutuações do Biel [Gabriel Teixeira] e do Caio [Paulista]. Poderia ter sido premiado com o gol em uma cabeçada bonita que o goleiro fez uma grande defesa".

Contra o Sport, há a possibilidade de o Tricolor poupar alguns jogadores visando o duelo com o Cerro Porteño, pelas oitavas de final da Libertadores. O primeiro encontro com o time paraguaio acontece nesta terça-feira, em Assunção.