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Thiago Silva aprova 10% de público em final no Maracanã: "Motivação a mais"

Thiago Silva durante a entrevista coletiva de hoje (9) da seleção brasileira, na Granja Comary - Reprodução/CBF TV
Thiago Silva durante a entrevista coletiva de hoje (9) da seleção brasileira, na Granja Comary Imagem: Reprodução/CBF TV

Danilo Lavieri e Gabriel Carneiro

Do UOL, no Rio de Janeiro

09/07/2021 14h08

A liberação de 10% de público para a final da Copa América, amanhã (10), às 21h, no Maracanã, repercutiu positivamente para Thiago Silva, capitão da seleção brasileira na partida contra a Argentina. O jogador de 36 anos tratou como "motivação a mais" a possibilidade de cerca de sete mil pessoas acompanharem presencialmente à decisão do torneio que, até então, teve todos os jogos com portões fechados por causa da pandemia.

"Eu acredito que independente do público o mais importante é que estamos superpreparados [para a final]. Claro que fica um outro contexto, apesar de apenas 10% da capacidade do estádio, mas para quem não tinha nada com certeza é motivação a mais. Vai ter um ambiente voltando ao normal, a gente sabe que não é o ideal, mas pouco a pouco são coisas que vão ter que acontecer, como aconteceu na Europa. O mais importante é estarmos preparados para esse confronto e dizer que a gente vai fazer nosso melhor como sempre fizemos para que a gente possa festejar no Maracanã mesmo com esses 10%", afirmou em entrevista coletiva hoje (9), na Granja Comary.

O público autorizado a estar presente no Maracanã será formado apenas por credenciados e convidados da Conmebol, que terão que apresentar teste RT-PCR negativo para a covid-19. Como mostrou o UOL Esporte, foi uma negociação direta entre governantes do Rio de Janeiro e a entidade internacional, atropelando a CBF e o governo federal que não sabiam da negociação.

A medida é vista como resultado de uma pressão da AFA (Associação de Futebol Argentina) para atender torcida que está vindo de Buenos Aires. Há previsão de voos fretados do país para a decisão, com até 500 pessoas, e a AFA já começou a distribuir 2.100 convites no Consulado Argentino. Avisada de última hora, a CBF ainda nem sabe como fará para distribuir ingressos e garantir que convidados tenham testes de PCR para estarem no estádio.

Quando o Brasil topou sediar o evento, a Casa Civil soltou um comunicado de que não haveria público no evento. O país chegou ontem (8) a um total de 530.344 mortes pela covid-19.

Thiago Silva - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Zagueiro será capitão da seleção brasileira na final contra a Argentina, no Maracanã
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Movimento "anti-Brasil" na mira

Thiago Silva também comentou em sua entrevista coletiva sobre as declarações de torcedores, jornalistas e influenciadores brasileiros de que não vão apoiar a equipe na final contra a Argentina. O UOL já havia mostrado que esse movimento "anti-seleção" causa inquietação entre os jogadores e se tornou motivação para o jogo de amanhã.

"Primeiramente no meu modo de ver é uma coisa inimaginável, eu quando criança nunca imaginei, porque onde tem Brasil sou sempre Brasil, independente da modalidade. Mas temos que respeitar as opiniões, não adianta dizer que é contra, cada um faz a escolha que quer para sua vida. Embora fique aqui uma discordância minha por ser brasileiro e acreditar no Brasil, mas as pessoas têm suas escolhas. De alguma forma é contra seu país. Fica meu respeito, mas ao mesmo tempo minha discordância", disse o jogador, que numa resposta posterior voltou ao tema:

"Independente do tempo a rivalidade é muito grande desde quando me conheço como gente, está no sangue. Por isso que fica aqui a nossa... não indignação, mas uma falta de entender o que as pessoas pensam em torcer pela Argentina contra o Brasil. Torcer pela Argentina contra França ou outras da Europa é até aceitável, mas em Brasil x Argentina fica impensável para a gente que tem essa rivalidade desde que nascemos, independente se pensam que o Messi mereça um título. Será um gosto a mais que será incrementado nessa final."