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Cartola da Ferj detona caos no Maraca e compara autoridades a rei francês

Maracanã recebeu uma decoração especial para receber a final entre Argentina x Brasil na Copa América - Thiago Ribeiro/AGIF
Maracanã recebeu uma decoração especial para receber a final entre Argentina x Brasil na Copa América Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

10/07/2021 20h38

O caos no Maracanã, a falsificação dos exames de PCR e a aglomeração que antecedeu a final da Copa América revoltaram Rubens Lopes, presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ).

Ao UOL Esporte, o dirigente desabafou sobre o corrido e atirou contra a falta de protocolos sanitários. Antes da bola rolar, uma multidão se aglomerou por credenciais para o jogo.

"Quando se trata do interesse da Conmebol, nada é obstáculo para se colocar 5 ou 10 mil pessoas no estádio, de qualquer jeito, sem protocolo e sem qualquer cuidado que não seja a mímica do ilusionismo. Quando a ciência sucumbe à política ou a outros interesses, pouco se pode fazer. Aí estão o exemplo de desorganização, descaso e ofensa à saúde pública, pisoteio às regras sanitárias e total falta de coerência e critérios", disse o dirigente

Para alfinetar as autoridades governamentais, ele fez referências ao Rei Luís XIV, que ficou famoso pelo lema "o Estado sou eu", frase que ficou associado a posturas ditatoriais.

"Só espero que o episódio de hoje no Maracanã, cujo planejamento, protocolo, se é que existiram ou analisados, e operação de jogo não sirva de justificativa para que autorizações nos sejam negadas pelo simples exercício ou argumento de autoridade, traumas de infância, "fí-lo porque quí-lo" ou ainda "l'etat c'est mói (o Estado sou eu)", quando se tratar de nossas competições", continuou Rubens.

Lopes ressaltou que que a operação não contou com a participação de representantes do futebol do Rio e destacou a impossibilidade de público nos estádios nas competições domésticas.

Rubens Lopes - Divulgação/Ferj - Divulgação/Ferj
Rubes reclamou de caos no Maracanã
Imagem: Divulgação/Ferj

A liberação de parte do Maracanã para VIP's da Conmebol revoltou o dirigente, que nunca escondeu ser favorável ao retorno gradativo da torcida ao estádio:

"O caos foi tamanho que até os fiscais sanitários que atuaram no Fla x Flu para coibir a presença de qualquer convidado devem ter sido engolidos pela confusão, já que não puderam ser identificados".