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ANÁLISE

RMP: "Não torci para a Argentina, mas foi bem feito para a CBF"

Do UOL, em São Paulo

11/07/2021 01h06

A Argentina conquistou o título da Copa América ao vencer o Brasil por 1 a 0 neste sábado (10) no Maracanã. Foi o fim de um jejum de 28 anos sem taças pela seleção alviceleste, e a primeira taça de Lionel Messi atuando pela seleção principal de seu país. Já a seleção brasileira sofreu sua primeira derrota desde novembro de 2019, quando foi derrotada em um amistoso também pelos argentinos.

No Fim de Papo, live pós-rodada do UOL Esporte - com os jornalistas Isabela Labate, Renato Maurício Prado, Rodolfo Rodrigues e José Trajano - os comentaristas analisaram a decisão da Copa América e consideraram justo o título argentino, tanto pelo desempenho da equipe como pelos problemas exibidos pelo Brasi ao longo da competição.

"Não assisti ao jogo torcendo pela Argentina. Não chego a esse ponto. Mas, depois que acabou, achei que foi bem feito, principalmente para a CBF que poderia simplesmente, na época em que houve aquela confusão [Colômbia e Argentina desistiram de sediar a competição], cancelar. Não; ela disse 'traz para cá'. E acaba entregando o título para a Argentina, a maior rival, em pleno Maracanã. Não tenho outra coisa a dizer a não ser bem feito", disse Renato.

Para Trajano, a seleção deve tirar ensinamentos desta derrota - principalmente Tite, Neymar e a própria CBF. "Acho que foi uma boa lição. Foi um torneio de quinta categoria, pelo que vimos do nível das seleções. É uma lição para Tite, para o Neymar, que desafiou, xingou, mandou torcedor brasileiro para aquele lugar, e disse que quem torcia para a Argentina não era brasileiro. A seleção brasileira não é o país. Essa é uma seleção da CBF. Para mim, foi uma grande decepção, mas louvo o futebol argentino. Foi uma lição para Tite e seus queridinhos, e o ano que vem é preocupante", alertou.

Rodolfo elogiou a Argentina e considerou uma conquista justa. "Foi um título merecido. A Copa América terminou de uma maneira justa para a seleção brasileira e para o país que decidiu receber uma competição de forma equivocada. Para o grupo de jogadores que ameaçou boicotar o torneio sem levantar bandeira política e pensando em interesses próprios. E pelo futebol ruim da seleção, pela falta de inovação tática", destacou.

Renato também achou justo o resultado e apontou para a falta de criatividade tática do Brasil. "Achei coerente com o que a seleção brasileira vem jogando há algum tempo. A seleção do Tite não joga bulhufas, e hoje em dia é nada. É bola no Neymar. Essa é a tática. Empurrou o Neymar lá para a frente e ele fica enfiado entre os zagueiros. Obviamente, é mais difícil fazer qualquer coisa. A grande inovação tática do Tite foi pegar o Renan Lodi, que é lateral-esquerdo, e transformá-lo em ponta-esquerda. O que aconteceu? Bola nas costas do Renan Lodi, Di María, pimba, gol", analisou.

Sobre a final, Trajano esperava mais da partida. "Já que Brasil e Argentina foram para a final, voltou aquele clima de rivalidade. Mas foi uma decepção enorme, coerente com essa Copa América que não deveria nem ter acontecido. Os dois times não jogaram nada, as duas estrelas decepcionaram. Louvo a seleção argentina, que conseguiu parar a brasileira. Não foi um grande jogo. Foi uma vergonha histórica em relação à pandemia ter público no estádio", completou, demonstrando indignação com a liberação da presença de parte do público.