Rafael Oliveira: Renato Gaúcho vai sentir no Fla a pressão que ele criou
Poucas horas depois de demitir Rogério Ceni, o Flamengo agiu rápido ao anunciar a contratação de Renato Gaúcho. O novo comandante já foi apresentado hoje (12) e estreará à frente do Rubro-Negro na quarta-feira (14), em Buenos Aires (ARG), pelo primeiro duelo contra o Defensa y Justicia, pelas oitavas de final da Copa Libertadores. Embora o casamento tenha se concretizado, Portaluppi chega à Gávea com o sarrafo alto devido às conquistas recentes que Jorge Jesus obteve no time carioca.
No Fim de Papo Libertadores, live do UOL Esporte para analisar o início do mata-mata da competição continental - com os jornalistas Mauro Cezar, Julio Gomes e Rafael Oliveira - os comentaristas analisaram a chegada de Renato ao Flamengo.
Para Rafael Oliveira, o novo comandante flamenguista vai sentir a pressão que ele mesmo criou quando ainda estava no Grêmio, uma vez que declarava aos microfones que também teria o mesmo sucesso que o português Jorge Jesus (campeão brasileiro e continental em 2019) se tivesse aporte financeiro semelhante no Tricolor gaúcho. "Se o Grêmio me der R$ 200 milhões, eu monto uma seleção", disse à época.
"Era um casamento que tinha toda a cara que aconteceria, até pelo interesse que o Renato havia manifestado em outros momentos. O grande problema foi ter existido um Jorge Jesus antes. Independente do que ele faça, o sarrafo da comparação é com um time que não é fácil de atingir, porque o Flamengo do Jorge Jesus de 2019 atingiu um nível que, possivelmente, foi o melhor do futebol brasileiro nos últimos 15 anos, até mais. Essa memória ainda está muito viva", comentou.
"Fora o fato de ele mesmo ter se colocado pressão ao falar que, com o investimento que o Flamengo fazia, qualquer um [clube] também faria. Ele se colocou uma pressão antes mesmo de assumir o cargo", recordou. "Acho fantástico porque é o casamento do personagem com a explosão midiática que o Flamengo gera, porque tem a maior torcida do Brasil, é uma repercussão inigualável. É impossível ficar indiferente [das reações] ao que o Renato faz a cada coletiva, a cada jogo", acrescentou.
Renato tem moral para mudar
Apesar de ter conquistado três títulos com o Flamengo - Brasileirão 2020, Supercopa do Brasil e Campeonato Carioca 2021 —, Rogério Ceni não resistiu à 'pressão digital' da torcida, além das polêmicas internas na Gávea. Para Mauro Cezar Pereira, Renato Gaúcho tem mais cancha para suportar pressão e moral para conduzir o grupo repleto de medalhões por ter mais tempo como treinador. Porém, ele precisará saber utilizar a 'herança que recebeu' de Ceni, assim como ocorreu em 2016, com Roger Machado - na ocasião, o ex-atacante assumiu o time no meio da temporada e deu início à sequência vitoriosa no Grêmio.
"O Renato tem tamanho, porque foi ídolo no clube [como jogador], para colocar ordem na casa, mudar o perfil e torna-lo mais profissional. O Renato herda um time que tem uma maneira de jogar", comentou.
"Só teremos ideia do que ele vai fazer a partir de quarta-feira [contra o Defensa y Justicia], quando sair a escalação, quando vermos o time em campo. Se ele usar o que ele herda, como ele fez com o time do Grêmio, que era do Roger, mas que precisava de ajustes, e teve ajustes corretos, para a média do futebol que se joga no Brasil, ele pode ter resultado. Se ele tentar fazer um trabalho muito autoral, acho que ele pode ter mais dificuldades", acrescentou.
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