Mauro: Racing conhece bem o São Paulo e manteve a espinha dorsal do time
Embalado por duas vitórias no Brasileirão após fraco início no campeonato, o São Paulo começa hoje (13) a busca pela vaga às quartas de final da Copa Libertadores diante do Racing. Para o confronto com os argentinos, às 21h30, no Morumbi, o técnico Hernán Crespo não poderá contar com importantes jogadores, como Miranda, Daniel Alves, Rigoni e Luciano. O Racing, no entanto, também vive momento turbulento, pois perdeu algumas peças do elenco e não vai a campo oficialmente há mais de um mês.
No Fim de Papo Libertadores, live do UOL Esporte para analisar o início do mata-mata da competição continental - com os jornalistas Mauro Cezar Pereira, Julio Gomes e Rafael Oliveira -, os comentaristas analisaram o momento delicado do Racing e o longo período sem disputar uma partida, visto que a última foi em 4 de junho, quando foi derrotado pelo Colón na final da Copa da Liga Argentina.
Para Mauro Cezar, o Tricolor precisa ficar atendo, apesar do hiato de jogos oficiais do rival, porque os argentinos já conhecem a forma de o time de Crespo atuar, pois se enfrentaram duas vezes na fase de grupos da competição - empate sem gols na Argentina e derrota por 1 a 0, no Morumbi.
"Os dois times se conhecem, se enfrentaram recentemente. O que pesa para o São Paulo são os desfalques, vários jogadores fora e o desgaste, pois jogaram várias partidas num curto período [disputou 11 partidas em 38 dias, período em que o Racing não atua] e isso também reflete nesta maratona", analisou.
Para o restante da temporada, o Racing contratou os atacantes Lisandro López e Javier Correa. Ao mesmo tempo, teve seis saídas: o zagueiro Alexis Soto, os meias Marcelo Díaz, Tiago Banega e Kevin Gutiérrez e os atacantes Nicolás Reniero. Porém, Mauro alertou que o time titular dos argentinos está entrosado.
"Vai ser um confronto equilibrado. O Racing não tem um grande time, mas o São Paulo hoje também não é um grande time. O São Paulo inteirão, naqueles melhores momentos no Paulistão, apontava para uma direção que não alcançou. Conseguiu vencer agora esses dois jogos [pelo Brasileirão], mas é uma fase difícil. Os times argentinos chegam mais descansados, mas sem ritmo de jogo. Mas o Racing tem uma espinha dorsal preservada, os jogadores mais importantes continuaram no clube, tem no mínimo o mesmo conjunto e o mesmo treinador", comentou.
Perigo pelo alto e 'fantasma' de Ceni
Para a partida desta noite, o São Paulo não poderá contar com Luciano, Miranda, Rigoni (todos lesionados), Bruno Alves (suspenso) e Daniel Alves (a serviço da seleção olímpica). Segundo o jornalista Rafael Oliveira, a ausência de Miranda pode ser a mais sentida pelo time neste confronto, uma vez que a bola área é o ponto forte do Racing.
"Não ter o Miranda é um baque e tanto. Se pensarmos que quase metade dos gols do Racing na fase de grupos saiu de bola parada, gols de cabeça, e não ter esse cara para proteger a própria área faz a diferença", disse Oliveira, que também ressaltou a baixa do meia-atacante Rigoni.
"Não ter o Rigoni, que tem sido útil taticamente, para abrir o campo e acelerar em diagonal, atacar a área, para fazer gols, é um outro problema. Deixar de ter um dos artilheiros do time, que não tem um goleador confiável, uma fonte de gols, e um zagueiro que defenda a área para um confronto de mata-mata isso tem um peso."
Ainda de acordo com o comentarista do UOL Esporte, o São Paulo passa por um momento delicado na temporada porque deu muito peso pela conquista do Paulistão. Desta forma, Crespo pode até começar a ser assombrado pelo 'fantasma' de Rogério Ceni, ídolo da torcida são-paulina e que foi demitido recentemente no Flamengo.
"Não é duro constatar que o time caiu de produção, que atingiu um status muito alto num momento muito precoce da temporada. O valor que o São Paulo deu ao campeonato estadual não passa apenas só pela questão de o treinador estar certo ou errado, passa também por um momento de compreender o ambiente que ele está inserido e entender de que forma ele sobrevive ou não", analisou.
"Mas se o São Paulo não atinge o nível que atingiu em termos de desempenho dentro do Campeonato Paulista, será que o Crespo teria a aceitação que ele teve, a duração, a validade?", questionou. "Essa sombra que surge do Rogério Ceni é nada lógica, do ponto de vista racional. Mas não vou ser maluco de esperar ser racional da forma como o futebol é administrado, seja por parte do torcedor ou do dirigente. Entendo que isso tudo tem sim uma influência. Não deveria, até porque o Rogério pode virar técnico esse ano ou daqui 15 anos. Em algum momento esse casamento vai funcionar de novo, mas não precisa ser cada vez que ele ficar disponível no mercado", finalizou.
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