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São Paulo põe à prova planejamento no jogo agora mais importante do ano

Hernán Crespo, técnico do São Paulo, durante partida contra o Racing-ARG no Morumbi - MAURíCIO RUMMENS/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Hernán Crespo, técnico do São Paulo, durante partida contra o Racing-ARG no Morumbi Imagem: MAURíCIO RUMMENS/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Thiago Braga

Colaboração para o UOL, em São Paulo

13/07/2021 04h00

Depois de fracassar na edição do ano passado da Libertadores, o São Paulo volta a jogar uma partida de mata-mata pela maior competição continental na noite desta terça-feira (13), diante do Racing, da Argentina, na busca do reencontro com seu passado vitorioso no torneio.

Para apagar a impressão deixada ao ser eliminado ainda na fase de grupos da Libertadores de 2020, a diretoria do clube foi atrás de reforços que pudessem dar ao time a pegada e a experiência que, segundo sua avaliação, faltavam ao time. Isso, claro, além de poder dar mais opções ao técnico Hernán Crespo.

Foram contratados então sete jogadores: o lateral direito Orejuela, o zagueiro Miranda, o volante William, os meias Benítez e Rigoni e os atacantes Eder e Bruno Rodrigues.

Orejuela e Rigoni foram as maiores aquisições, financeiramente falando — o lateral vai custar aos cofres do São Paulo 2 milhões de euros, valor que será dividido em duas parcelas, a primeira em 2021 e a segunda apenas no próximo ano. Por Rigoni, o São Paulo vai desembolsar 1,8 milhão de euros, valor que será parcelado em cinco prestações.

Martín Benítez e Bruno Rodrigues chegaram ao São Paulo por empréstimo. O argentino custará cerca de R$ 1 milhão aos cofres do clube, enquanto Rodrigues já rescindiu seu contrato após ser pouco utilizado no primeiro semestre. Além das contratações, houve aumento na folha mensal, que saltou para aproximadamente R$ 17 milhões por mês.

Lesões, cartões e Olimpíada, o pesadelo tricolor

Com um início ruim no Campeonato Brasileiro, as copas são as apostas do São Paulo para levantar mais taças em 2021. Mas pelos mais diferentes motivos, o São Paulo começa o mata-mata com o Racing com cinco desfalques de peso. O zagueiro Miranda, com dores na panturrilha esquerda, o meia Rigoni, com edema na coxa esquerda, e o atacante Luciano, estiramento no músculo posterior da coxa esquerda, lesionados, não vão a campo. Além deles, Bruno Alves, suspenso pelo acúmulo de cartões amarelos, e Daniel Alves, que vai defender a seleção olímpica em Tóquio, não enfrentam o Racing.

Dentre os reforços para a temporada, só Eder e Benítez estarão em campo. Orejuela, contratado para ser aproveitado nas ausências de Daniel Alves, ainda não rendeu o esperado e está atrás de Igor Vinícius na disputa da titularidade enquanto o camisa 10 se ausenta.

Desde que chegou ao São Paulo, Rigoni tem se mostrado fundamental e versátil. Já jogou de ala, ponta, meia e segundo atacante. Esta polivalência já lhe rendeu três gols e quatro assistências em pouco mais de um mês com a camisa tricolor.

Outra ausência sentida no setor ofensivo é Luciano. Artilheiro do Campeonato Brasileiro do ano passado, o camisa 11 já balançou as redes adversárias seis vezes este ano.

Para compensar que Rigoni e Luciano não enfrentarão o Racing, Crespo aposta em outra dupla que se mostrou prolífica com a camisa do São Paulo no ano. Eder foi repatriado da China junto com Miranda. Depois de demorar um tempo para se readaptar ao Brasil e sofrer com lesões, o experiente atacante engrenou.

Foi inclusive poupado na vitória contra o Bahia, no último fim de semana, pelo Campeonato Brasileiro, após atuar nas últimas 13 partidas do time antes do confronto contra os baianos, dez delas como titular. Ele anotou cinco gols na temporada.

Outra peça fundamental para o time de Hernán Crespo é Gabriel Sara. O meia chegou a ficar fora da equipe nos últimos jogos por conta de uma contusão no pé, mas retornou contra o Bahia na última rodada e deverá revezar com Benítez na função de parceiro de ataque de Eder. Até aqui, Sara marcou seis gols.

Histórico a favor de Crespo. E do Racing

O São Paulo foi buscar na Argentina a resolução dos seus problemas. Ao toque de bola de Fernando Diniz, a diretoria entendeu que era preciso adicionar verticalidade. Pesou a favor de Crespo também o título internacional recém-conquistado, feito obtido por Crespo ao ganhar a Copa Sul-Americano com o modesto Defensa y Justicia, da Argentina.

O troféu veio com direito a uma campanha invicta, com seis vitórias e três empates, eliminando Vasco e Bahia e atropelando o rival local Lanús por 3 a 0 na final.

O técnico do Racing, Juan Antonio Pizzi, também aposta no retrospecto para se dar bem contra o São Paulo. O histórico do confronto mostra dois empates e cinco vitórias argentinas nos duelos diante do Tricolor. A última delas, inclusive, foi nesta Libertadores. As duas equipes estiveram no grupo E na fase de grupos da competição. Empate sem gols na Argentina e vitória do Racing no Morumbi por 1 a 0.

Para o duelo desta noite, Pizzi aposta na mesma estratégia usada naqueles confrontos, com cinco defensores, para bloquear as laterais, setor mais usado pelo São Paulo para criar jogadas ofensivas.

Para incomodar a defesa do São Paulo, o treinador mira o espaço deixado nas costas dos alas, sempre de maneira vertical. Mas o principal objetivo é sair do Morumbi sem sofrer gol.

FICHA TÉCNICA

Motivo: Oitavas de final da Libertadores
Local: Estádio do Morumbi (em São Paulo)
Data: 13 de julho de 2021
Horário: 21h30 (de Brasília)
Árbitro: Jhon Ospina (Colômbia)
Assistentes: Alexander Guzmán (Colômbia) e John León (Colômbia)
VAR: Julio Bascuñan (Chile)

São Paulo: Tiago Volpi; Diego Costa, Arboleda e Léo; Igor Vinicius, Luan, Liziero, Benítez, Gabriel Sara e Reinaldo; Eder. Técnico: Hernán Crespo.

Racing: Arias: Cáceres, Sigali, Mauricio Martínez, Nery Domínguez e Mena; Miranda, Moreno e Piatti; Chancalay e Copetti. Técnico: Juan Antonio Pizzi.