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Clube-empresa: Presidente do Cruzeiro vê vitória e mira captação de receita

Sergio Santos Rodrigues, presidente do Cruzeiro, em 29/05/2020 - Gustavo Aleixo/Cruzeiro
Sergio Santos Rodrigues, presidente do Cruzeiro, em 29/05/2020 Imagem: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Igor Siqueira

Do UOL, no Rio de Janeiro

14/07/2021 21h40

Depois de ir a Brasília ontem (13) e conversar com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues, comemorou a aprovação da lei do clube-empresa. O texto estabelece a criação das Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) e, após passar pelas duas casas, irá para a sanção do presidente da República, Jair Bolsonaro.

O dirigente cruzeirense considerou o resultado da votação como uma vitória dos clubes. Ontem (13), o plenário da Câmara já tinha aprovado regime de urgência para a matéria. A votação se deu no dia seguinte, com 429 votos a favor e sete contra.

"A aprovação do projeto de lei da SAF, ainda mais na velocidade que foi, é uma vitória muito importante que mostra a união dos clubes. Todo mundo trabalhando em prol disso, que é uma tendência. Dos grandes países, só o Brasil não tem uma legislação específica sobre o tema. E a nossa foi muito bem feita, com autoria do senador Rodrigo Pacheco, sendo relatada na Câmara e no Senado por duas pessoas que entendem muito do futebol", disse Sérgio Santos Rodrigues ao UOL Esporte.

Pelo interesse de Cruzeiro e América-MG em migrar para o modelo empresarial, a tramitação do texto da SAF teve muito a ver com os dirigentes de Minas Gerais. A proximidade deles com Rodrigo Pacheco facilitou. O presidente do Senado tem bom relacionamento com Castellar Neto, vice-presidente da CBF, e outros dirigentes da Federação Mineira. A relatoria na Câmara foi de outro parlamentar do estado, o deputado federal Fred Costa (Patriota-MG).

Os cruzeirenses já marcaram para 2 de agosto uma reunião do Conselho Deliberativo para aprovar a constituição de uma sociedade empresária para gerir o futebol.

"Hoje, a melhor parte para nós, além da governança e outros aspectos importantes para a gestão, é a captação de recursos que a lei possibilita. Com a proibição de participação em [direitos econômicos de] atletas, que era o meio mais utilizado pelos clubes brasileiros para captação de recursos, a gente tem a aprovação da SAF, o que permite atuação segura do investidor", completou o presidente do Cruzeiro.

Segundo relatório do Itaú BBA, o Cruzeiro fechou 2020 com uma dívida líquida de R$ 662 milhões. Acrescentando o item contábil de "provisão para contingências", que é o valor que o clube "separa" para eventuais perdas em processos na Justiça, a dívida potencial chega a R$ 820 milhões.

O cenário do Cruzeiro se complica em termos de receitas porque o clube está pelo segundo ano seguido na Série B e, por ora, passa longe de brigar pelo acesso: o time está em 14º.

"Acredito que é um grande passo para modernização do futebol brasileiro, para que ajude os clubes que passam por situação difícil. É claro que não precisa ser sociedade anônima para ser bem gerido. Isso é uma obrigação e alguns clubes mostram que atingiram essa excelência sem isso. Mas quando se vira sociedade anônima isso vira uma obrigação", afirmou Sério Santos Rodrigues.

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