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Dualib se arrependeu de demitir Tite e não faria Neo Química Arena

Presidente do Corinthians por quatro mandatos, Alberto Dualib morreu ontem (13), aos 101 anos -  Edson Lopes Jr./UOL
Presidente do Corinthians por quatro mandatos, Alberto Dualib morreu ontem (13), aos 101 anos Imagem: Edson Lopes Jr./UOL

Do UOL, em São Paulo

14/07/2021 09h06

Após um mês de internação, o ex-presidente do Corinthians Alberto Dualib morreu na noite de ontem (13), aos 101 anos de idade. O ex-dirigente ficou 14 anos à frente do clube, um período de 12 grandes títulos e também várias polêmicas, incluindo o escândalo da Máfia do Apito, um processo de impeachment e até uma investigação do Ministério Público pela parceria com a MSI.

Em 2019, então aos 99 anos, Dualib deu entrevista ao UOL Esporte e falou sobre o que considerava uma ingratidão no clube quanto ao seu tempo na presidência. Disse ter perdido R$ 12 milhões do próprio bolso, por cobrir as despesas do Corinthians; que Kia Joorabchian "era muito mandão" na parceria com a MSI; e que o campeão de 2005 deveria ter sido o Internacional. Também relembrou a demissão de Tite em 2005.

"Foi um erro. Um erro não tem como explicar", disse Dualib há dois anos. "O pessoal do futebol não queria ele de jeito nenhum. O pessoal que fica dentro do futebol manda mais do que o presidente. O presidente assume a culpa, mas quem manda são eles", afirmou. O sucessor de Tite foi o argentino Daniel Passarella, que chegou com muita pompa mas deu errado.

Na entrevista ao UOL, Alberto Dualib ainda falou da Neo Química Arena. "Com esta dívida, não [construiria]. Para ficar devendo R$ 1,2 bilhão, não. Não paga nunca; no fim tem que fazer algum arranjo, mas pagar? Onde o Corinthians vai arrumar R$ 1,2 bilhão para pagar a arena? R$ 1,2 bilhão! É gente que não tem noção do valor do dinheiro", criticou em 2019.

O ex-cartola estava internado há um mês no Hospital Santa Catarina, em São Paulo. A causa da morte não foi divulgada.

Ele comandou o Corinthians de 1993 até outubro de 2007, quando renunciou ao cargo durante um processo de impeachment que se articulava no Conselho Deliberativo. No ano seguinte, Dualib passou a ser investigado pelo Ministério Público e teve seu nome excluído do quadro de sócios do Alvinegro.

No comando do Corinthians, Dualib venceu 12 títulos de expressão: Campeonato Paulista (1995, 1997, 1999, 2001 e 2003), Campeonato Brasileiro (1998, 1999 e 2005), Copa do Brasil (1995 e 2002), Torneio Rio-São Paulo (2002) e Mundial de Clubes (2000).

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