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OPINIÃO

Trajano: Irresponsabilidade o Flamengo querer jogo com público em Brasília

Do UOL, em São Paulo

14/07/2021 11h13

Uma reportagem publicada hoje na coluna UOL De Primeira revela que o Flamengo negocia com o Defensa y Justicia, adversário de hoje nas oitavas de final da Libertadores, para que o jogo de volta possa ser realizado no estádio Mané Garrincha, em Brasília, com a presença de público.

No UOL News Esporte, com Domitila Becker, José Trajano critica a tentativa rubro-negra, cita o alinhamento de dirigentes do clube e agora do técnico Renato Gaúcho em relação ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido), considerando uma irresponsabilidade promover a volta do público aos estádios no Brasil neste momento.

"O problema aí uma vitória bolsonarista, o problema aí é um problema sanitário, não é nem a grana e nem nada. O Flamengo, que é alinhado ao presidente, o 'Capitão Corona', o Landim, e o novo técnico Renato também e um puxa-saco do 'Capitão Corona', do 'Mito', gravou um vídeo", diz Trajano.

"É uma irresponsabilidade sanitária levar o jogo para Brasília com público. Então, é uma vergonha, aliás, uma pouca vergonha que isso aconteça, mas esperar uma medida sensata dessa diretoria do Flamengo é difícil", completa.

O repórter Léo Burlá explica como está sendo a tentativa do Flamengo e afirma que a Copa América deu aos dirigentes rubro-negros o que eles queriam como justificativa para a promoção da volta de torcedores em seus jogos.

"Está em curso isso, da parte de governo do Distrito Federal, que também é super alinhado ao Flamengo, já tem o ok, a Conmebol então só está faltando estender um tapete vermelho lá para a torcida no Mané Garrincha, então falta só na realidade o Flamengo se acertar com o Defensa y Justicia, e aí entra uma compensação de grana também, porque tem toda uma logística prévia já, os caras estavam programados para vir jogar no Rio. E aí tem o lado esportivo também, você. Ai aceitar jogar com portão vazio em casa e dar para o seu adversário, que sejam 7 mil, 8 mil, 9 mil rubro-negros lá berrando na volta? É uma escolha também", diz Burlá.

"A final da Copa América aqueceu esse debate. Eu falei com o pessoal do Flamengo e depois da final da Copa América aqui, o que eu ouvia era 'como é que eu não vou jogar com público agora? Me dá uma razão para não jogar com público agora", completa.

Trajano cita a aglomeração que ocorreu em frente ao portão do Maracanã antes da final da Copa América entre Brasil e Argentina, reforçando que considera uma incoerência a volta do público, enquanto Burlá acredita que o Flamengo deve conseguir seu objetivo e ser seguido por outros clubes.

"Eles ficaram satisfeitos com aquela aglomeração na porta do Maracanã, todo mundo se acotovelando, porque ninguém fica infectado de um dia para o outro, o resultado disso aí é daqui alguns dias", diz Trajano.

"Eu tenho a impressão que vai vingar, que o Flamengo vai voltar a ter público, salvo aí, sempre pode haver mudança. Eu acho que se eventualmente o Flamengo conseguir emplacar isso, eu acho que aí a gente vai começar a ver em série isso no futebol brasileiro, vai ser um atrás do outro", conclui Burlá.