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São Paulo sonha com reforços caros, mas realidade é de dívidas e problemas

Crespo quer suprir a falta de dinheiro com trabalho no São Paulo - Ettore Chiereguini/AGIF
Crespo quer suprir a falta de dinheiro com trabalho no São Paulo Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

Do UOL, em São Paulo

18/07/2021 04h00

Dinheiro. Esse tema voltou a ser recorrente nos bastidores do São Paulo neste momento de instabilidade que o clube atravessa na temporada 2021. Sem verba para investir em reforços, o Tricolor vê suas chances de novos êxitos se acabarem a cada tropeço. E mais uma vez isso foi sentido após a derrota para o Fortaleza, ontem (17), no Morumbi, pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Com a necessidade de reforçar o setor ofensivo, o São Paulo idealizou nomes que se encaixariam perfeitamente no time, como os argentinos Calleri e Benedetto. O investimento financeiro necessário, contudo, está impedindo que os sonhos se concretizem. A realidade é que o Tricolor precisa reduzir suas dívidas, que hoje estão em torno de R$ 600 milhões, para depois pensar em contratações.

O resultado de tudo isso é o desabafo do técnico Hernán Crespo depois do insucesso no Morumbi contra o Fortaleza. O técnico do São Paulo deixou claro que o dinheiro seria a melhor maneira para resolver os problemas do time. Com a falta de recursos, segundo o comandante tricolor, a solução é trabalhar.

"Se quisesse tranquilidade, não teria vindo para cá. Sabíamos que o trabalho no São Paulo era difícil, especialmente pela situação financeira. Como resolver? Com potencial econômico, o tempo é mais curto. Vamos trabalhar dia a dia sabendo que vamos sofrer e passar por situações difíceis. Mas vamos continuar a trabalhar todos juntos. A diretoria pagando dívidas e nós tentando ser competitivos na medida do possível", detalhou Crespo. "Estamos passando por um momento muito difícil para construir um São Paulo muito melhor. Precisamos de tempo porque não temos dinheiro."

A falta de dinheiro para buscar reforços pode ter explicação até mesmo dentro do elenco tricolor. O clube possui uma longa dívida com Daniel Alves e sequer tentou negociar com ele a recusa da convocação para as Olimpíadas de Tóquio - em um momento chave da temporada, atua sem seu camisa 10 e dono do maior salário no elenco. A lateral direita também é responsável por outro grande gasto do São Paulo. Orejuela foi a contratação mais cara para esta temporada - cerca de R$ 13 milhões - e quase não vem jogando por decisão técnica.

Ao mesmo tempo em que precisa lidar com a falta de um elenco robusto, Crespo conta com a exigência pelo fato de dirigir um clube de tradição e conquistas. "O problema é pensar que o São Paulo deve ser como sua história. Estamos passando por uma situação muito difícil para construir um São Paulo melhor, pois estamos trabalhando todos juntos. Eu não sei se vou estar aqui para ver esse São Paulo, mas estou aqui para construir um São Paulo melhor."

A derrota para o Fortaleza interrompeu uma sequência de dois triunfos do São Paulo no Brasileirão. O Tricolor havia acabado de se recuperar, depois de uma arrancada ruim, mas agora fica estacionado na parte inferior da tabela de classificação. Na próxima rodada, buscará a recuperação diante do Flamengo, no Maracanã, no dia 25. O desfalque será o zagueiro Léo, suspenso.

Antes disso, o São Paulo decidirá vaga nas quartas de final da Copa Libertadores. O Tricolor enfrenta o Racing, na Argentina, na terça-feira (20), precisando ganhar para ficar entre os oito melhores. Na partida de ida houve empate por 1 a 1. Se o resultado se repetir, a disputa irá para os pênaltis. Uma igualdade sem gols dará a vaga ao Racing por ter anotado um gol como visitante. Para o confronto, Crespo ainda não sabe se contará com jogadores importantes do ataque, como Luciano, Éder e Rigoni.