A goleada de 5 a 0 sobre o Bahia em Pituaçu, neste domingo (18) pelo Brasileirão, mostrou um Flamengo com uma cara diferente. E não foram apenas a volta de Gabigol, a presença de Willian Arão no meio-campo e a boa movimentação de Arrascaeta que ajudam a explicar como o time jogou bem. O trabalho de Renato Gaúcho começa a surtir efeito.
No Fim de Papo, live pós-rodada do UOL Esporte - com os jornalistas Isabela Labate, Mauro Cezar Pereira, Renato Maurício Prado e Rodolfo Rodrigues - os comentaristas analisaram os primeiros dias de trabalho de Renato Gaúcho no Flamengo. Para eles, o time já começa a ter a cara do técnico, que se destaca pela boa gestão de elenco.
"O Renato não é um técnico muito tático, de profundos conhecimentos estratégicos. É um bom gestor de grupo, experiente, sabe lidar com certas situações e acho que essa é a grande virtude dele. Tenho certeza de que alguns jogadores do Flamengo, como Filipe Luis, Diego, Diego Alves, tenham mais conteúdo de estratégia de jogo do que o próprio Renato. Houve ao longo da semana de ele dialogar com os jogadores e entender onde eles se sentem mais à vontade e fazer algumas modificações pontuais", apontou Mauro.
Renato comparou o treinador a Joel Santana, que também comandou o Flamengo e tinha características parecidas. "O Renato Gaúcho é o 'papai Joel' dos tempos modernos. Ele foi um bom técnico e ganhou títulos por todos os times do Rio. Era competente e ganhava o grupo, coisa que o Renato sabe fazer e o Rogério Ceni não soube", afirmou o colunista.
Para Mauro, a goleada sobre o Bahia mostrou como o trabalho de Renato já começou a surtir efeito. "O grande mérito do Renato foi ajustar o time de uma maneira em que ele preservou o que encontrou, fazendo alguns ajustes e as características dos jogadores de maneira que possa tirar potencial de cada um. E aí a coisa funcionou", avaliou.
Renato concorda e lembra que o clima mudou após a saída de Rogério Ceni. "O Ceni perdeu o vestiário. Os jogadores não gostavam dele. Um dos motivos para a boa atuação de hoje [ontem] é o ambiente mais leve. É os jogadores dizerem 'por esse cara eu corro; pelo outro eu não corria'", ressaltou.
Mauro enfatizou a qualidade do elenco rubro-negro e que, com os melhores jogadores disponíveis, Renato Gaúcho pode fazer o time brigar pelos títulos. "O Renato é muito bom em passar segurança para os jogadores. Isso pode ser importante, porque o aspecto psicológico pesa. Foi dito para ele desde o começo que o Flamengo quer o Brasileiro. E agora que os jogadores voltaram, com quase todos à disposição, ele tem elenco para mexer. Pela primeira vez Gabigol, Everton Ribeiro, Isla e Arrascaeta jogaram juntos no Brasileiro", disse.
Renato frisou que o técnico não deve fazer invenções na equipe e, por isso, já tem crédito por fazer o simples. "Renato Gaúcho não é um grande estrategista. Não vai tirar esquemas mirabolantes da cartola e faz um arroz com feijão muito bem feito. Esse time completo ainda é o melhor do Brasil. Não é o melhor elenco, porque Palmeiras e Atlético-MG têm reservas melhores", observou.
Por fim, Mauro falou que o Fla deve sentir mais dificuldades no jogo desta quarta-feira contra o Defensa y Justicia, pela Libertadores, do que no duelo contra o Bahia. "Na quarta, é um jogo mais difícil porque o Defensa y Justicia é um time muito mais bem treinado do que o Bahia e que vai atacar o Flamengo. Tem que ter uma estratégia bem inteligente. O Defensa y Justicia não vai jogar fechado e vai sair para o jogo em determinados momentos porque precisa vencer. Será um jogo mais estratégico e a defesa será mais exigida", concluiu.
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