Mauro Cezar: Inter está sofrendo com as mudanças bruscas de treinadores
Há cerca de um mês, o Internacional anunciava a contratação do uruguaio Diego Aguirre para substituir o espanhol Miguel Ángel Ramírez, que deixou o Beira-Rio com apenas 22 partidas. Aguirre é o terceiro treinador do Colorado neste ano, visto que Abel Braga também dirigiu o time na temporada 2020 (invadiu este ano por conta da pandemia). Passando por um momento instável, o time gaúcho decide, quinta-feira (22), em Porto Alegre, a vaga nas quartas de final da Copa Libertadores diante do Olimpia-PAR.
No Fim de Papo Libertadores, live do UOL Esporte para analisar os confrontos de volta das oitavas do torneio continental — com os jornalistas Mauro Cezar Pereira, Julio Gomes e Rafael Oliveira —, Mauro apontou que a rotatividade de técnicos, com perfis completamente diferentes, tem atrapalhado o desempenho do Colorado na atual temporada.
"O Internacional vem sofrendo com as mudanças muito loucas que vem encarando. O Inter começou a temporada passada com o [Eduardo] Coudet, que foi para a Espanha e largou o Inter. Entrou o Abel para tampar buraco e de repente brigou pelo título brasileiro. Foi uma mudança brusca. Aí chega o Ramírez, que é totalmente diferente do Abel. Não deu certo em pouco tempo, não teve paciência e demite o espanhol. Aí vem o Aguirre, que também não tem nada a ver com o Ramírez. Em comum, os dois são estrangeiros e mais nada", disse.
"Com o Ramírez, o Inter teve jogos bons e jogos horríveis. O Inter com o Ramírez não ganhou do Always Ready-BOL [empatou um jogo e perdeu o outro pela fase de grupos]. Mas teve boas partidas, entre elas quando massacrou o Olimpia por 6 a 1, no Beira-Rio, e também venceu no Paraguai. Mas neste jogo [semana passada], o Inter foi o time brasileiro que mais sofreu finalizações nesta fase, foram 18. Também finalizou muito com 11 arremates, mas o goleiro Daniel foi o destaque. Foi um confronto muito mais equilibrado. Teve um período longo sem a competição, com Copa América, e de repente quando volta os times podem estar muito diferentes. Deu a impressão que a diferença entre os dois times diminuiu", acrescentou.
"A goleada da fase de grupos não tem nada a ver com a realidade atual deste Internacional que está juntando os caquinhos para tentar se reerguer. Isto é reflexo destas mudanças que são muito bruscas, com técnicos com perfis tão diferentes. Como é que fica o jogador?", finalizou.
Independentemente do treinador, o Internacional não obtém dois triunfos consecutivos desde o início de maio, quando goleou o Olimpia e o Juventude (pela semifinal do Gauchão). No último domingo (18), bateu o time de Caxias do Sul, pelo Brasileirão, e agora precisa do resultado positivo dentro de casa para avançar às quartas da Libertadores. Um empate com gols classifica os paraguaios e um novo empate sem gols leva a decisão para os pênaltis.
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