Como funciona o plano da CBF para volta de público nos estádios
A CBF trata o retorno do público aos estádios como um projeto prioritário para o segundo semestre deste ano. Por isso, tem preparado um plano com especialistas médicos para determinar os critérios para reabertura dos portões, como índices de infecção, de mortalidade e de imunizados. A data do provável retorno — já marcada pela CBF — é no final de agosto nas quartas de final da Copa do Brasil.
Durante a preparação e realização da Copa América, de modo emergencial no país, Houve disputas da CBF com a Conmebol relacionadas à volta de público no torneio. O mesmo ocorreu na Libertadores. Em ambos os casos, a confederação entendeu que houve precipitação.
Por isso, o discurso na CBF é evitar atropelos. O UOL Esporte apurou que há um grupo de trabalho que reúne as diretorias de competições, jurídica e financeira, além do setor médico. As conversas foram retomadas de forma mais intensa a partir de sexta-feira. A entidade sabe que qualquer derrapagem no processo poderá gerar repercussões jurídicas, à luz do Estatuto do Torcedor. E acionar os clubes no conselho técnico é necessário para desfazer o acerto anterior, antes do início do Brasileirão, de que não haveria torcida.
"Estamos discutindo isso há um tempinho. Como a coisa vai funcionar. Vamos estabelecer nossos critérios, mas autoridades locais que vão decidir no fundo. Devem sair os testes pilotos. Vamos aprendendo com os outros que estão fazendo", explicou o chefe médico da CBF, Jorge Pagura.
A CBF planeja a abertura com alguns parâmetros. Foi criado pelo grupo de especialistas um índice de normalidade. Para que seja permitido um jogo, a cidade teria de marcar um percentual acima de 50% deste patamar. Quanto maior o índice, maior o tamanho do público.
O índice de normalidade seria obtido por três variáveis: incidência de infecção por 100 mil nos últimos 14 dias, índice de imunizados e índice de mortalidade por milhão de habitante. A partir daí, seria feito um cálculo com uma fórmula complexa para saber se o município atende os parâmetros. Com um percentual acima de 50% no índice, poderia haver 10% de público. Com um percentual acima de 75%, poderia se ter 30% do público.
"Abre uma discussão de algo não empírico. Vamos abrir de 20%? Mas de onde tirou esse número. Então tem que tentar estabelecer um número", contou Pagura.
A ideia é que, com esses critérios bem estabelecidos, a CBF e os clubes conseguiriam convencer as autoridades públicas de cada Estado e município sobre a viabilidade do retorno do público.
Além disso, faz parte um estudo envolvendo os estádios de cada clube e qual percentual de torcedores seria necessário para não gerar prejuízo, considerando os custos operacionais para abertura de setores específicos.
Cravar um mesmo percentual para todos os estádios — uma regra geral — facilitaria o controle. Mas há outros modelos possíveis, como um permitir o comparecimento de público dentro de percentuais especificados (exemplo hipotético, de 20% a 30% da arena).
Mas e se nem todos os clubes tiverem liberação para mandar seus jogos no próprio estádio? Em tese, o rumo dependeria do conselho técnico. A CBF entende que há quem prefira ter público fora da própria cidade do que seguir com portão fechado no quintal de casa. Mas essa medição será mais apurada com conversas que a entidade planeja manter com os clubes nas próximas semanas. Federações estaduais terão um papel nisso também.
Dentro do controle médico/sanitário, outro assunto a definir é o controle de exames. Vai exigir PCR? Ou seria permitida a presença só de vacinados? O público apresentaria resultados/documentos na porta do estádio ou em um sistema específico? A CBF também está estudando o uso de testes de antígeno, que podem ser feitos na porta do estádio. Mas isso só ocorrerá se houver segurança da sua validade.
Esses critérios seriam definidos nos jogos pilotos, a começar pelas quartas de final da Copa do Brasil.
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