Herói da partida, Éverson diz ter entrado na mente dos jogadores do Boca
Herói da classificação do Atlético-MG para as quartas de final da Libertadores, ao defender duas cobranças de pênalti e converter a última, Éverson concedeu entrevista ao programa "Seleção Sportv" e falou sobre a frustração inicial por falha que ocasionou o gol do Boca Juniors, e alegou um 'sentimento de segunda chance' após o VAR assinalar impedimento.
"Ontem foi um momento muito especial… Depois do gol, bateu uma frustração por você tentar desequilibrar o jogador e ele acabar marcando, foi uma ducha de água fria... A gente sabe como as equipes da Argentina são copeiras, eles sabem como buscar o gol, ficaria difícil reverter o placar, e aí teve a chamada do VAR, depois daquele tempo todo o árbitro anulou o gol, e veio aquele sentimento de segunda chance, mas eu não imaginava que a segunda chance teria esse roteiro tão lindo, tão especial para mim, como foi no final, fazendo duas defesas e concluindo com o quinto pênalti, onde nos trouxe uma classificação de suma importância diante de uma equipe tão tradicional na Libertadores."
Além disso, o goleiro brasileiro repudiou a confusão gerada pelos argentinos ao final da partida e pediu para que a Conmebol se atente a situação: "São cenas lamentáveis de jogadores que têm que dar o exemplo para todos. Mas pelo que eu pude acompanhar, já foram identificados o pessoal que estragou o patrimônio do Mineirão, foram identificados os agressores, e que eles paguem pelo ato errado que eles tiveram, por tanta ira, tanta raiva, onde a gente venceu dentro de campo... Que eles tenham aprendido, e que a Conmebol veja isso, porque às vezes eles só veem o outro lado... Que vejam o tanto de agressão, o tanto de baderna que eles fizeram, para que isso possa acabar…"
Sobre ser o último a bater o pênalti, Éverson afirmou que foi algo decidido no momento, mas que costuma ter um bom índice de acertos no treinamento: "Não, quando acabou o jogo eu ajoelhei e rezei, pedi para Deus calma e concentração, e quando eu cheguei na roda, o Cuca me perguntou se eu bateria o quinto pênalti, e eu falei que sim, eu treinei, e no treinamento consegui fazer um bom índice de acerto…"
"Não posso falar isso, porque às vezes pode ter outras", disse o jogador em meio a risos, ao ser perguntado se bate desta mesma maneira nos treinos. "Eu posso dizer que eu treinei, o índice de acerto foi bom e isso me deu confiança para, no jogo, bater o pênalti... Eu não esperava bater tão lá em cima, para correr esse risco, mas foi um pênalti bem batido", continuou.
Éverson falou, ainda, sobre as diferenças entre Cuca e Sampaoli, atualmente técnico do Olympique de Marselha, da França, e da necessidade do goleiro saber trabalhar bem com os pés no atual momento do futebol.
"Cada treinador tem a sua filosofia de trabalho, a gente sabe que o futebol vem se modernizando, que é de suma importância que o goleiro saiba jogar com os pés... O saber jogar com os pés não é saber driblar, bater na bola... É você saber manter a posse de bola com a sua equipe em lançamentos, em passes curtos... Você saber quando tem que jogar curto, quando tem que jogar longo... O Sampaoli me trouxe aqui, onde com a chegada do Cuca, ele me deu essa liberdade para que eu possa sair sempre jogando, lógico que um pouco mais diferente do estilo do Sampaoli... O Cuca já deixa a gente mais a vontade, se quiser procurar um jogador com uma bola longa, procurar um pivô, não necessariamente eu sair jogando curto, como era algo que o Sampaoli pedia muito... Então você tem que estar sempre se adaptando ao futebol moderno, e ao que os treinadores pedem. Todo mundo sabe da qualidade do Cuca… É um cara que vem sempre reparando nos trabalhos, vendo quando eu começo a bater uma falta ali nos treinamentos, e aos poucos tem me dado mais liberdade e confiança…"
Por fim, o goleiro afirmou que a partida de ontem foi a mais especial de sua carreira, e que conseguiu 'entrar na mente' dos argentinos para se consagrar nas cobranças de pênalti.
"Com certeza foi uma das maiores emoções que eu senti na carreira… Numa competição continental, diante de uma equipe tradicional como é o Boca... Com certeza o dia 20/07/2021 vai ficar guardado na memória como o mais especial da minha carreira…
O árbitro até tentou tirar essa tática que eu tinha de entrar na cabeça dos jogadores do Boca, mas a gente está ali dentro de campo, tem provocação o jogo inteiro… Então eu consegui induzir os jogadores do Boca onde eu imaginava que eles iriam bater… Então eu pude entrar na cabeça deles, entrar na mente deles para poder desestabilizar... Então também foi uma tática que a gente pôde usar, e que pôde nos ajudar".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.