Volta da torcida em jogo do Flamengo tem euforia, mas protocolo ainda falho
A volta parcial do público na partida conta o Defensa y Justicia foi uma vitória incontestável da diretoria do Flamengo, que sempre foi publicamente favorável ao retorno da torcida. Mas, em que pese a euforia do público e dos jogadores com a plateia, a operação ainda demonstrou que há um caminho longo a ser percorrido em tempos de pandemia.
Distanciamento social, uso de máscara e de álcool gel não foram exatamente uma prática comum no Mané Garrincha, apesar dos insistentes avisos veiculados pelo placar eletrônico.
Apesar do trabalho insistente de seguranças privados, que pediam para que a distância entre uma cadeira e outra fosse respeitada, isso não existiu durante o jogo entre os rubro-negros e os argentinos.
A higienização das mãos também não foi além da mensagem do telão, visto que não havia álcool espalhado pelo local. Os bares eram uma exceção, mas a fila destoava dos protocolos exigidos. A proteção facial não foi uniforme e também não havia fiscalização para que isso fosse respeitado dentro do estádio. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), crítico costumeiro das máscaras, foi filmado pelas câmeras da Conmebol dessa vez com o rosto coberto.
O protocolo da Conmebol exigia exame de PCR ou as duas doses da vacina contra o coronavírus para o ingresso ao Mané Garrincha, regras que foram seguidas à risca pelos torcedores "comuns". Na entrada da galera houve aferição de temperatura, mas isso não ocorreu na entrada do setor da imprensa, por exemplo.
As regras da entidade variaram ao sabor do vento. Para jogadores e membros da comissão técnica, o deslocamento foi vedado e todos se restringiram praticamente ao esquema "hotel-treino-estádio". Apesar dos esforços em tentar restringir a circulação, parentes, amigos e até um barbeiro tiveram acesso ao setor destinado aos atletas.
Já para os dirigentes as normas não foram tão rígidas assim. Entre terça e quarta, a cúpula rubro-negra jantou com executivos do BRB, patrocinador master do clube e teve almoço com autoridades federais para debater questões como o clube-empresa.
Com muitos ajustes ainda pendentes, o Rubro-Negro deu o pontapé inicial para um movimento que deve vir em cascata Brasil afora. Representantes da CBF foram o jogo para observar a operação e a tendência é que a cena seja cada vez mais corriqueira no país. A experiência do Fla ensinou que os cuidados tem de ser redobrados.
Flamengo tem volta de torcida contra o Defensa y Justicia pela Libertadores
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Nação de volta
Apesar de só ter contado com 5.518 pagantes, o Mané Garrincha voltou a viver um ambiente de Maracanã. Vitaminada por outros presentes por conta de cortesias distribuídas, a torcida do Flamengo fez a festa e muito barulho em Brasília.
A Nação cantou o jogo todo, gritou "olé", reverenciou Michael e Vitinho, e, sobretudo, reafirmou o vínculo com um time que marca seu nome na história a cada dia que passa. Com ou sem falhas de procedimentos da organização, a torcida fez a sua parte bem feita e deixou o estádio cantando: "o campeão voltou".
"Oooooooooooooolé". Torcida do Flamengo faz a festa no Mané. Classificação justíssima que se aproxima. pic.twitter.com/OIQdsQuoGm
? Leo Burlá (@leo_burla) July 22, 2021
Números da pandemia
O Brasil registrou nesta quarta a menor média móvel de mortes de covid-19 desde fevereiro, mas com 1.338 novos óbitos. O país chegou, assim, a um total de 545.690 mortes pela doença. Os dados foram obtidos pelo consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte, junto às secretarias estaduais de saúde.
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