Presidente descarta migrar Fortaleza para S/A: 'sem a mínima intenção'
O Congresso Nacional aprovou recentemente o Projeto de Lei 5.516/2019, de autoria do Senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que trata do clube-empresa no futebol brasileiro. Agora, está nas mãos do presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) a decisão pela sanção ou não da proposta que tramitou pela Câmara dos Deputados e o Senado Federal. O Chefe de Estado do Brasil já indicou que transformará o PL em lei. A medida será benéfica para diversos clubes, dentre esses o Cruzeiro, o Botafogo e o Vasco, que definham financeiramente com dívidas bilionárias, e jogam à Série B do Campeonato Brasileiro.
Se esses expoentes do Sudeste passam por uma crise quase sem fim, o nordestino Fortaleza vive outro momento e no G-4 do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão. Por isso, pelo menos por enquanto, o Leão do Pici não pretende migrar o seu modelo econômico de associativo sem fins lucrativos para a Sociedade Anônima do Futebol (S.A.F). Quem garante isso é o atual presidente.
"Acredito que todos os modelos são sempre bem-vindos, desde que tenham boa gestão. Hoje, o Fortaleza não tem a mínima intenção de virar S/A. Temos uma gestão com dirigentes remunerados, planejamento estratégico periódico e profissionais contratados para todos os departamentos. É um clube associativo com modelo empresarial", explica Marcelo Paz, em entrevista ao UOL Esporte.
Há pouco mais de dois anos, o Fortaleza aprovou por unanimidade a remuneração de seus dirigentes, e na época o presidente Marcelo Paz deixou claro que essa medida fazia parte do processo de profissionalização do clube. Após isso, foram qualificados todos os departamentos e uma ampla reforma do centro de treinamento, tudo isso refletindo em vitórias também dentro de campo.
Num salto, o Fortaleza deixou à Série C do futebol brasileiro, em 2017, e chegou à Primeira Divisão em 2019, onde se encontra desde então. Fruto disso é que o clube, segundo a 12ª edição da Análise Econômico Financeira dos clubes brasileiras, desenvolvida pelo Banco Itaú, teve classificação como "boa gestão", mesmo com os efeitos complicados ocasionados pela pandemia da covid-19.
"Tem capacidade de entender suas limitações financeiras, o que ajuda na gestão eficiente do caixa, assim, enfrentou a pandemia de forma segura, sem dívidas relevantes, operando dentro do que as receitas permitem. Fechou 2020 com condição acima da média dos clubes brasileiros", apontou o relatório. No cenário nacional, sete clubes representaram 62% do total de receitas, e dentro do recorte de 21 times, o clube surgiu em 17º colocado.
Durante a pandemia, o Fortaleza conseguiu lidar com o equilíbrio mesmo perdendo milhões em receitas de bilheteria e sócio-torcedor. Em 2020, teve um déficit na casa de 30 milhões, saindo de R$ 120 milhões de receita bruta para R$ 86 milhões. Apesar da redução de custos no departamento de futebol, todo o quadro de funcionários foi mantido.
"Cada clube sabe o que é melhor para ele, e com certeza o modelo de S/A pode ser um salto considerável para algumas instituições, pois pode atrair o investidor e usar esse dinheiro de imediato. Mas tudo vai depender de uma boa gestão", finalizou Paz à reportagem.
Clube empresa
Para o advogado especializado Eduardo Carlezzo, a compra de um clube no Brasil por parte de investidores estrangeiros não estava dentro das prioridades, pelo menos por enquanto. "Portanto, esse é um desafio que todos os envolvidos nestas operações enfrentarão, que é chamar a atenção de que no país não apenas o jogador brasileiro é um grande investimento, mas que o clube também pode ser. O projeto de lei aprovado no Congresso Nacional certamente servirá para impulsionar isso", alerta.
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