Topo

Palmeiras reforça caixa em mais de R$ 100 mi e repõe saídas sem onerar time

Anderson Barros, diretor de futebol do Palmeiras, acompanha o treino desta sexta-feira - Cesar Greco/Palmeiras
Anderson Barros, diretor de futebol do Palmeiras, acompanha o treino desta sexta-feira Imagem: Cesar Greco/Palmeiras

Diego Iwata Lima

De São Paulo

27/07/2021 04h00

O diretor de futebol Anderson Barros foi contratado pelo Palmeiras para tentar enxugar um pouco os custos da pasta, desafio que ficou ainda maior com a pandemia. O dirigente não apenas vem cumprindo a tarefa, como também o fez de um modo em que o time não se afetasse tanto tecnicamente. As reposições foram feitas à altura e quase sempre com economia — e, em alguns casos, um tanto de sorte.

Recentemente, o balcão da Academia de Futebol esteve bastante ativo. Em um intervalo de dez dias, o Palmeiras contratou Jorge do Monaco (FRA) e praticamente fechou contrato com Píquerez, do Peñarol (URU), ambos laterais esquerdos. Ao mesmo tempo, negociou o também lateral Matías Viña com a Roma (ITA) e, dias depois, emprestou o atacante Iván Angulo e o zagueiro Pedrão para o Portimonense (POR).

A tendência é que a catraca alviverde continue girando. O Grêmio demonstrou interesse em Lucas Lima e Luiz Adriano, embora não tenha apresentado proposta — o centroavante também foi sondado pelo Internacional. E Borja, que na segunda-feira (26) passou por uma bateria de exames, deve começar nesta terça-feira (26) a trabalhar no clube. E a tendência é maior de sair do que de ficar.

Barros escreveu certo por linhas tortas

Mesmo uma negociação que deu errado, como é o caso da de Dudu, acabou dando certo, por reforçar o time em um momento de relacionamento delicado entre a diretoria e o técnico Abel Ferreira. A inicialmente frustrante volta de Deyverson é outro exemplo. Com Luiz Adriano em baixa, o centroavante que estava no Getafe vem sendo titular com frequência.

Conforme publicado no blog de Danilo Lavieri, Barros tinha arrecadado R$ 185 milhões com vendas até a semana passada. Somando a esse valor as saídas de Viña (R$ 39 milhões, sem computar os bônus por metas) e Pedrão (R$ 4,9 milhões por 50%), o montante chega a R$ 239 milhões.

O valor em compras foi muito menor. Pelos oito jogadores que já contratou (Rony, Viña, Breno Lopes, Alan Empereur, Benjamin Kuscevic, Danilo Barbosa, Matheus Fernandes e Jorge), o Palmeiras desembolsou algo próximo de R$ 93 milhões — que vão superar R$ 100 milhões com a iminente chegada de Píquerez.

Reposições têm sido rápidas e até mesmo preventivas

A rapidez com que o Palmeiras trouxe Jorge e acelerou a negociação com Píquerez não foi acaso. Os dois jogadores já estavam na lista do departamento de scout do Palmeiras, que observa, detalha e reporta à comissão técnica e à diretoria jogadores interessantes ao clube. A saída de Viña já era esperada, e por isso havia um cuidado maior com essa reposição.

A vinda de Matheus Fernandes, por exemplo, é um movimento parecido e preventivo. O Palmeiras trabalha com a hipótese de negociar um de seus três jovens promissores do meio-campo — Gabriel Menino, Patrick de Paula e Danilo — e, desse modo, já trouxe alguém para substituir um dos jogadores. Matheus também pode ser vistos como substituto para Felipe Melo, que só fica no clube se a próxima diretoria assim quiser.

Breno Lopes, que chegou a toque de caixa em 2020, era outro que já vinha sendo monitorado pelo clube, como diz o jargão boleiro. Com as graves lesões de Wesley e Gabriel Veron na temporada passada, o Palmeiras foi hábil para trazer um ponta de velocidade. Acabou recebendo também um bom marcador e finalizador.

Reforçar a defesa ainda é problema

O único setor em que o Palmeiras ainda patina para se reforçar é o miolo da zaga. Gustavo Gómez é um zagueiro que pode ser negociado a qualquer momento, e o Palmeiras não tem no elenco alguém preparado para assumir seu lugar. Renan é quem chega mais perto disso. Empereur não ficou e Kuscevic não tem jogado bem nesta volta de lesão.

Abel Ferreira também já deixou claro no clube que quer mais um zagueiro canhoto. Hoje, seu único com essa característica é Renan. O Palmeiras não trabalhava mais com a ideia de trazer um jogador para o setor. Mas com a saída de Pedrão, o clube talvez volte à carga.