Mauro Cezar: É preciso mudar o estatuto para escolha do presidente da CBF
Cerca de dois meses após o afastamento de Rogério Caboclo à frente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), ainda não há uma definição sobre quem irá dirigir a entidade. Ontem (28), o juiz Mario Cunha Olinto Filho, autor da sentença que anulou a eleição de Caboclo e dos vices que formaram a chapa, emitiu outra decisão na qual detalha o nível de poder que os interventores nomeados terão na entidade.
No UOL News Esporte desta quinta-feira (29), o comentarista Mauro Cezar Pereira reforçou que é preciso dar mais peso aos votos dos clubes na escolha do futuro mandatário da entidade que gere o futebol brasileiro.
"O mais importante neste imbróglio todo é mudar o estatuto da CBF. Não dá mais para continuar neste absurdo, com federações [estaduais] com peso três [nos votos], clubes da Série A com peso dois e da Série B com peso um na eleição do presidente. Isso significa matematicamente que os presidentes de federações conseguem eleger o presidente da CBF sozinhos, queiram ou não os clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, o mais importante do Brasil. Isso tem que mudar. Isso foi alterado em 2015, para este formato, e precisa ser alterado [novamente] urgentemente", opinou.
"Seria muito bom se tivéssemos essa mudança, porque qualquer mudança, [criação da] Liga que os clubes querem montar, esbarra no poder enorme das federações estaduais", finalizou.
Inicialmente, Caboclo foi afastado da presidência pela Comissão de Ética da CBF depois de ser denunciado por assédio moral e sexual contra uma funcionária. Na última segunda-feira (26), a Justiça do Rio anulou o pleito que o colocou no poder. O entendimento é que houve irregularidade na mudança do estatuto da entidade, que alterou o peso dos votos para a eleição, aumentando o poder das federações. Os clubes não participaram da assembleia que sacramentou a alteração.
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