História: Cruzeiro celebra 45 anos de seu primeiro título da Libertadores
O dia 30 de julho está marcado como um dos mais importantes na história do Cruzeiro. Foi exatamente em uma data dessas que a Raposa faturou o seu primeiro título da Copa Libertadores, lá no ano de 1976, numa conquista épica em cima do fortíssimo River Plate (ARG), que foi base da seleção argentina campeão do mundo dois anos depois. Hoje, o clube estrelado comemora 45 anos daquele enorme êxito, tendo em vista que naquela época apenas um brasileiro havia chegado a tal feito: o poderoso Santos, de Pelé.
No rádio, veículo de comunicação de maior difusão à época e onde os torcedores acompanhavam as partidas — principalmente os jogos realizados fora do Brasil — a narração da emissora mineira Itatiaia, na voz de Vilibaldo Alves, eternizou um dos lances mais emblemáticos dos cem anos do Cruzeiro Esporte Clube.
"A barreira atrasa, o juiz vai autorizar. Nelinho vai tentar o pé de chumbo, ajeitou a bola no terreno. O juiz autorizou, a equipe do River [Plate] catimba, isso não é bom. Nelinho está descansando neste momento, porque agacha-se, mete a bola no local exato. O juiz vai lá, mete a bola mais para trás. Jogador argentino reclama, fica na frente da bola, bastante catimbada. É boa, é Nelinho que tem que bater, tem que se afastar, tomar posição, meter um gringo com bola e tudo para dentro do gol. Bola... Adivinhe, adivinhe, Joãozinho, pelo amor de Deus, Joãozinho (...) faz o gol que o torcedor do Brasil está comemorando (...) Cruzeiro 3, River Plate 2. O River quer brigar, mas o Cruzeiro ganha no futebol", bradou o narrador em locução extremamente emocionada, antes de chamar os comentários do repórter volante Carlos Cézar Pinguim, que fez fama em partidas do clube celeste no rádio mineiro.
Aos 43 minutos de jogo n segundo tempo, muito perto do apito final do árbitro, Joãozinho, de forma "irresponsável", tomou de Nelinho o ato da cobrança de falta, já que o lateral — um dos melhores do mundo no quesito à época — era o cobrador oficial. O lance terminou em um gol antológico, mas mesmo assim gerou uma tremenda bronca do treinador no vestiário.
O lance descrito por Alves aconteceu no estádio Nacional, em Santiago, no Chile, onde o Cruzeiro venceu o River Plate por 3 a 2. Na ocasião, brasileiros e argentinos faziam o jogo desempate, já que haviam duelado outras duas vezes, cada um vencendo a partida em sua casa. Os placares terminaram da seguinte forma: 4 a 1 para os mineiros, no Mineirão, e 2 a 1 para os argentinos, no Monumental de Núñez, em Buenos Aires.
FICHA DO JOGO
CRUZEIRO 3 X 2 RIVER PLATE (ARG)
Motivo: jogo desempate da final da Copa Libertadores de 1976
Data: 30 de julho de 1976
Local: Estádio Nacional, em Santiago, no Chile
Árbitro: Alberto Martínez (Chile)
Auxiliares: José Bazán (Uruguai) e César Orozco (Peru)
Gols: Nelinho [24' 1ºT], Eduardo [10' 2ºT], Oscar Más [13' 2ºT], Urquiza [17' 2ºT], Joãozinho [43' 2ºt].
Cartão vermelho: Ronaldo (CRU); Alonso (RVP)
Público: 35.182
Renda: Cr$ 653.331
CRUZEIRO - Raul; Nelinho, Moraes, Darci Menezes e Vanderlei; Piazza (Valdo) e Zé Carlos; Ronaldo, Eduardo, Palhinha e Joãoziho. Técnico: Zezé Moreira
RIVER PLATE - Landaburu; Comelles, Lonardi, Ártico e Urquisa; Sabella, Merlo e Alonso; Pedro González, Luque e Oscar Más (Crespo). Técnico: Angel Labruna
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