Sylvinho fala em atuação 'apática' para explicar derrota do Corinthians
Responsável pela montagem do time e tomadas de decisão no Corinthians, Sylvinho deixou a Neo Química Arena completamente frustrado com a atuação de sua equipe diante do Flamengo e a consequente derrota, por 3 a 1. Na opinião do comandante do Alvinegro, o revés pode ser explicado pela apatia da equipe nos 45 minutos iniciais, período em que sofreu os três gols.
"Foi um primeiro tempo muito ruim, apático, não estivemos bem no jogo e fomos mal, muito mal. Nos custou praticamente a partida. Três gols você fica em uma situação muito ruim para voltar ao segundo tempo. Um adversário qualificado, grandes jogadores, mas o nosso primeiro tempo, reitero, não foi bom. Não conseguimos ter a bola, não conseguimos marcar o adversário e isso, infelizmente, deu o resultado. Realmente, foi muito ruim", afirmou Sylvinho em entrevista coletiva.
Na leitura do treinador, o Corinthians conseguiu ser inoperante tanto na defesa como no ataque. O Alvinegro muito pouco agrediu o Flamengo e, mesmo com o gol de Vitinho e a bola na trave de Mateus Vital praticamente nos acréscimos do segundo tempo, a sensação de foi de completa chateação por mais uma derrota na Neo Química Arena. Até aqui, o Alvinegro é o terceiro pior mandante de toda a Série A.
"Não incomodamos e não fomos efetivos em nível defensivo. O adversário acabou tendo um amplo domínio, por isso a chateação. Não é que não incomodamos, nós também não conseguimos ter sustentação defensiva. Isso não nos deixa nem contentes e nem felizes", reconheceu.
Na próxima rodada, o Corinthians pega o Santos, na Vila Belmiro, pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro. O clássico na Baixada Santista acontece no domingo (8) e pode marcar as estreias de Renato Augusto e Giuliano na equipe do Parque São Jorge.
Veja a entrevista completa do treinador:
Sobre resultados ruins em casa
"Entendemos que o campeonato é muito difícil, duro. Realmente, nos incomoda o rendimento nas partidas em casa, não temos tido resultados favoráveis. Nós vamos seguir trabalhando para melhorarmos nossa performance em casa no campeonato. Temos uma mistura de atletas, a chegada de outros que vão nos dar condições de continuar disputando os jogos. É um campeonato, volto a dizer, complicado e difícil".
Sobre manutenção do esquema tático
"O sistema não é a parte principal, são os atletas. Podemos utilizar 433, 4231, 442. Não é a situação do sistema, tivemos jogos equilibrados em casa contra adversários também qualificados e tivemos muito mais próximos de um empate ou de uma vitória. Hoje, não foi isso. Não é questão de sistema. O futebol não se treina para abrir, para trocar sistemas. Você troca de acordo com aquilo que a comissão entende. Até outro dia, éramos uma defesa que sofria poucos gols, mas hoje fugiu à regra. Entendemos que o caminho é esse e temos que melhorar também".
Sobre ligeira melhora no fim da partida
"Não houve um poder ofensivo, houve duas ou três jogadas isoladas e acabamos fazendo um gol e tivemos uma jogada do Vital, de longe. Não quero acreditar que todo chute de 30 metros, cada um desses dois chutes, vão todos ao gol. Quando entendo um poderio ofensivo maior penso em cruzamentos que passam pela área, cruzamentos para trás com a chegada de três atletas. Nós lutamos o segundo tempo para nos mantermos no jogo, tentar um gol e ver como as coisas poderiam se colocar".
Sobre manutenção de Jô entre os titulares
"A profundidade do nosso time sempre quem deu foi o Gustavo. Recentemente, o Adson conseguiu nos dar isso e hoje menos porque foi muito bem marcado. O Jô é um atleta de retenção, de posse de bola, de abrir espaços. O atleta mais agudo que temos como atacante é o Felipe (Augusto), outra possibilidade seria o Léo Natel. O Jô está fazendo esta função e a profundidade é dada pelo Gustavo. Não podemos mudar as características do jogador, mas podemos mudar a do time e, quando necessário, mudamos. A nossa profundidade não é por dentro, é por fora".
Por que o Corinthians teve uma postura de time conformado em campo?
"O Corinthians é Corinthians, e o Corinthians é não desistir, lutar e entregar. Por esse lado, nos jogos que temos feito, temos nos entregado. Hoje foi ao contrário, como eu já coloquei nem a força ofensiva e também a defensiva não funcionou. Ficamos expostos e não funcionou. Pode ser a qualidade do adversário, mas poderíamos ter feito um primeiro tempo muito melhor. Tivemos um momento muito difícil, onde fomos envolvidos e ficou muito perigoso. O nosso time mistura experiência com juventude e, nessa hora, você precisa ter muita tranquilidade para continuar jogando e ter oportunidades para se colocar de volta ao jogo. Não jogamos bem, reitero".
Previsão de estreia para Giuliano e Renato Augusto
"São dois atletas que estão se incorporando ao time e trarão muita experiência. São momentos diferentes, o Giuliano já está treinando um pouco mais na frente do Renato. Só a semana e o campo dirão o quanto eles estão preparados para os próximos jogos. Muito bom utilizá-los, mas os atletas necessitam de tempo. Tanto Giuliano como Renato estavam inativos há algum tempo e vamos ter cuidado para colocá-los. São atletas de alta qualidade, mas vamos respeitar as etapas e a construção desse time".
Sobre a entrada de Araos
"Temos colocado ele um plano mais recuado do campo em decorrência da qualidade boa que ele tem de saída de jogo. É um atleta que pode nos ajudar por ali (na função de Cantillo) e nós buscamos a posição de melhor encaixe para que o atleta possa nos dar sequência na competição".
Sobre os planos para Luan
"O Luan jogou suas partidas quando o Jô estava fora. O Jô voltou, tem dado oxigenação e retenção de bola no ataque. O Luan não tem uma função de profundidade, não é de pisar na área. Como a função do Jô não íamos mexer, precisamos mexer no lado do campo, que é onde temos profundidade. O Luan tem treinado muito bem, não tenho absolutamente nada a reclamar dele, tem treinado, se esforçado e se dedicado. No momento em que tiver a oportunidade para ele jogar, é um atleta que está à disposição. É uma questão da montagem do time".
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