Barcelona vai de pratas-da-casa a time globalizado durante a "Era Messi"
Os quase 17 anos de história como profissional do Barcelona fizeram Lionel Messi passar por diversos modelos de estruturação de elenco. O argentino nasceu ao lado de jogadores renomados, como Ronaldinho Gaúcho, Deco e Samuel Eto'o, cresceu em um time de pratas-da-casa -em que alguns deles eram seus companheiros na base catalã- e viveu seus últimos anos vendo o clube se voltar a uma política importadora de talentos.
Provavelmente o maior produto da cantera Barcelonista, Messi foi moldado para ser o grande craque que ele se tornou desde que chegou da Argentina, aos 13 anos e idade. Foi o sucessor de Ronaldinho Gaúcho, o responsável por recolocar o clube catalão nas manchetes com o vistoso futebol do título da Liga dos Campeões de 2006. E em uma transição bem feita, Messi assumiu a coroa para dar sequência a uma era de triunfos.
Na primeira parte, a partir de 2009, contou com a chegada do técnico Josep Guardiola, que implementou o sistema do "tiki-taka". O Barcelona não tinha mais Deco ou Ronaldinho, mas ainda contava com os gols de Samuel Eto'o e a velocidade de Thierry Henry. Ainda que houvesse alguns astros no elenco, era o início de um momento em que o time catalão se recheava de espanhóis.
No time campeão europeu, seis espanhóis começaram jogando a final contra o Manchester United -vencida por 3 a 1. Isso aconteceu justamente em um momento que as grandes potências "miscigenavam" seus elencos com craques de todas as partes do planeta.
Dois anos mais tarde, veio o tetra da Liga dos Campeões. Nesse momento, o Barcelona já tinha levado seu "tiki-taka" para a seleção espanhola, que foi campeã mundial em 2010. E da "Fúria" trouxe o atacante David Villa, ex-Valencia, para formar o ataque com Messi.
No título europeu de 2011, Messi era um dos quatro estrangeiros do time titular -o brasileiro Daniel Alves, o argentino Mascherano e o francês Abidal completam a relação. Entre os espanhóis estavam o goleiro Valdés, os zagueiros Puyol e Piqué, os meio-campistas Busquets, Xavi e Iniesta e os atacantes Pedro e Villa. Para completar, o Barça havia repatriado Fabregas, que brilhou no Arsenal após ser revelado e descartado pelo próprio Barcelona.
Um ano depois, chegava ao fim a Era Guardiola no Barcelona. O treinador, que recolocou o o clube no topo o futebol europeu, passou um ano sabático antes de retomar a carreira no Bayern de Munique.
Enquanto isso, o Barcelona já se mostrava mais impiedoso no mercado da bola. Na conquista da Liga dos Campeões de 2015, já não contava mais com os serviços de Puyol, e Xavi se comportava mais como um reserva de luxo. Piqué, Busquets e Iniesta eram os espanhóis remanescentes da conquista de quatro anos atrás, e a eles se juntava o lateral Jordi Alba.
No restante do time, era possível ver um Barça muito mais globalizado, a começar pelo ataque. Messi teve nessa época o ataque mais talentoso em seu histórico no clube ao lado de outros dois sul-americanos: o brasileiro Neymar e o uruguaio Suárez. Completam a lista de estrangeiros o goleiro alemão Ter Stegen, o lateral Daniel Alves, o zagueiro Mascherano e o meia croata Rakitic.
Nessa época, já era possível ver um Barcelona bem diferente e já sem a cara de suas canteras. Na tentativa de se recolocar na ponta do Velho Continente, algo que não ocorre desde 2015, foi atrás de jogadores de destaque, como o holandês De Jong e o brasileiro Philippe Coutinho.
Outra boa quantidade de euros foi gasta nas contratações dos franceses Dembelé e Griezmann. Mas nada disso trouxe frutos para o clube. Nos últimos anos, inclusive, vieram derrotas vexatórias na Liga dos Campeões para Bayern e Paris Saint-Germain. Para 2021-2022, a novidade será o argentino Aguero, mas agora já sem a maior joia estrangeira lapidada pelo clube.
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