Presidente do Barça diz que Messi queria ficar e cita 'herança desastrosa'
Lionel Messi saiu do Barcelona por conta de uma "herança desastrosa" deixada pelo ex-presidente Josep Maria Bartomeu. É o que disse o atual chefe do clube, Joan Laporta, hoje em entrevista coletiva.
Em um evento organizado somente para falar sobre a situação do argentino, o dirigente citou que, pouco depois que assumiu o cargo máximo do time catalão - em março deste ano -, viu uma situação financeira mais grave do que o mostrado em auditoria.
"Em primeiro lugar, gostaria de dizer que infelizmente recebemos uma herança desastrosa. Isso fez com que a massa salarial do clube representasse 110% de toda a receita. Não temos margem salarial. As regras da LaLiga [Campeonato Espanhol] passam por um fair play financeiro que impõe limitações", iniciou Laporta.
"Quando chegamos ao clube, depois das primeiras conclusões da auditoria e do encerramento da temporada, os números pareciam melhores, mas estão bem piores do que o esperado. Isso fez com que as perdas esperadas fossem muito maiores do que a dívida esperada. É algo muito maior. Isso quer dizer que com os atuais contratos esportivos, a gente não tem margem salarial", prosseguiu.
Laporta ainda detalhou parte do projeto oferecido ao argentino - que aceitou uma mudança no esquema de pagamento -, mas ressaltou as rigorosas regras da liga espanhola para justificar a saída.
"Não quero gerar falsas esperanças. Há um limite de tempo e o jogador tem outras propostas. O jogador também precisa de tempo para poder avaliar e executar as outras opções que tem. Leo colocou todas as facilidades possíveis: jogar dois anos e que nós o pagássemos em cinco anos. Achamos que isso poderia se enquadrar nos critérios da LaLiga. Em outros países funciona, mas aqui não é aceito".
Messi queria ficar
Laporta disse ainda que o desejo do camisa 10 era permanecer na equipe catalã. "Quero terminar dizendo que Leo queria ficar, nós também. O fato de ele querer ficar foi o primeiro passo para ver se podíamos negociar. Temos que agradecer a todos aqueles que negociaram, por parte do clube e do Leo", revelou.
"Ele deixa um excelente legado. É o jogador com mais títulos da história do clube. Deixa a marca da melhor etapa da história do clube. Deixou muitas alegrias, uma ilusão coletiva e muitas imagens para história. Temos gratidão eterna".
"Não me sinto culpado"
O dirigente ainda foi abordado sobre uma possível "culpa" em relação à frustração nas negociações. Ele, no entanto, reforçou a questão financeira e disse que fez o "impossível" pelo acordo.
"Não me sinto culpado de forma alguma. Mantenho o que disse repetidamente: em primeiro lugar, que faríamos o impossível para o Messi continuar dentro das possibilidades financeiras do clube. A prova disso é que chegamos a um acordo com o Messi, mas que não foi possível realizar devido à massa salarial", afirmou.
"O fato do culpado... bem, obviamente eu não gosto de ficar repetindo, mas [foi] a herança desastrosa que recebemos. Havia um orçamento que parecia uma coisa e era outra muito pior. Eu disse que estava progredindo bem porque a LaLiga parecia que iria abrir a questão do fair play", falou Laporta.
Clube esperava final feliz ontem
Antes do desfecho, o Barcelona se mostrava otimista pela permanência de Lionel Messi. Segundo a imprensa catalã, a renovação era esperada nesta quinta-feira depois de reunião entre o jogador, seu pai e agente (Jorge Messi) e Laporta. Havia, inclusive, a expectativa de que o craque estivesse em campo no amistoso contra a Juventus, válido pelo Troféu Joan Gamper, no domingo.
Por outro lado, o jornal Marca, de Madri, informava justamente o contrário. A publicação da capital espanhola dizia que a negociação estava "longe de acabar".
Messi havia voltado a Barcelona na tarde da última quarta-feira após período de férias em Miami e Ibiza depois da conquista da Copa América com a seleção argentina. Apesar disso, desde o último dia 30 de junho, o jogador já não possuía vínculo com o Barça.
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