Único meia da "turma de 22" sem novo contrato, Scarpa terá Dudu como rival
Gustavo Scarpa tem contrato a vencer em dezembro de 2022. Entre os jogadores do meio para frente, ele é o único que ainda não tem definida sua questão contratual futura no Palmeiras. Os demais jogadores do setor em condições semelhantes tiveram suas estadias no clube prolongadas. O lateral Victor Luis também tem contrato até dezembro do ano que vem. E Willian teve seu vínculo recentemente ampliado até lá.
Líder em participações de gol na temporada —16 assistências, sete bolas na rede—, o camisa 14 teve um princípio de contato quanto à questão. Mas o UOL apurou com o clube e com o estafe do jogador que o processo atualmente se encontra estagnado.
Scarpa vem em um ótimo momento, mas que ainda não foi suficiente para afastar a nuvem desconfiança que paira sobre ele na Academia de Futebol. Os anos de desempenho inconstante ainda pesam um pouco na avaliação sobre a possibilidade de uma extensão contratual —em especial se ela vier acompanhada de um aumento salarial, como aconteceu na maioria dos demais casos de contratos prolongados.
Para colocar tempero na questão, a boa fase de Scarpa pode sofrer um hiato a partir de agora. Na avaliação de Abel Ferreira, Scarpa e Dudu, mesmo com posicionamentos e características distintos, desempenham funções semelhantes em campo.
Na entrevista coletiva depois da derrota para o Fortaleza, Abel explicou a saída de Scarpa para a entrada de Dudu como uma troca de um "assistente por outro". Em outras palavras, o técnico vê ambos como preparadores de jogadas. Já Raphael Veiga é visto como um meia de infiltração e conclusão. Sob esse prisma, entende-se que a tendência é Veiga fazer dupla com um ou outro. E que os dois dificilmente atuem juntos.
O bom desempenho da equipe contra o São Paulo também joga contra Scarpa no momento. Dudu trouxe ao time uma movimentação ofensiva mais vertical, que acabou predominando, na maior parte do tempo, sobre a marcação individual que Hernán Crespo costuma levar a campo contra o Alviverde.
Dudu já atuou por 90 minutos contra o São Paulo, e a tendência é que ele fique cada vez mais tempo em campo, à medida que suas formas física e técnica forem se aprimorando. E desse modo, Scarpa iria perdendo espaço.
Cara feia e reclamação não pesaram
Membros do departamento de futebol palmeirense ouvidos pelo UOL não acreditam que as caras feias e reclamações de Scarpa, ao ser substituído contra o São Paulo e o Fluminense, pelo Brasileiro, tenham pesado na escolha de Abel por sacá-lo do time na Libertadores.
Entende-se que o treinador sabe muito bem fazer a gestão desse tipo de problema sem necessitar castigar jogadores ou mesmo o time. Se Abel achasse que Scarpa deveria jogar, com ou sem cara feia no jogo anterior, o técnico resolveria a questão e o escalaria.
De todo modo, Scarpa ainda deve seguir com os melhores números de participações em gol por mais algum tempo. Com 23, ele tem dez de vantagem para Raphael Veiga, que soma nove gols e quatro assistências.
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