Flu dá sinais de fraqueza, e falhas na Libertadores expõem elenco e Roger
Quando se sentou em frente às câmeras para responder as perguntas dos repórteres na entrevista coletiva após o empate do Fluminense com o Barcelona-EQU, Roger Machado desperdiçou mais uma chance. Depois de mexer mal e ver o time repetir erros individuais e coletivos na Libertadores, o treinador expôs seus problemas e sinais de fraqueza de seu elenco.
Por algum tempo, o Tricolor surpreendia a todos. Da quinta colocação no Brasileirão à liderança do grupo D da competição internacional, desbancando o favorito River Plate, o Flu seguiu até as quartas de final da Libertadores e também da Copa do Brasil. Agora, entretanto, parece preso ao paradoxo de decepcionar mesmo indo além das expectativas.
A equipe superou percalços e se colocou em boa condição de disputar todas as competições em 2021, mas assim como na final do Carioca, quando não foi forte o suficiente para bater o rival Flamengo, parece ter chegado ao seu teto na temporada.
"Nosso time vem jogando no limite das nossas capacidades, muito motivado. E hoje mostrou que, muito embora o resultado de empate não era o que desejávamos, temos condições de vencer, assim como vencemos outros adversários fortes fora de casa", disse Roger, otimista, após empate doloroso para o Flu no Maracanã.
Muito porque o treinador insiste em um sistema que deu certo apenas em situações pontuais e que exige demais de seus jogadores. Destaques em 2020, Marcos Felipe, Nino, Luccas Claro, Yago, Martinelli, Nenê e Luiz Henrique não repetem até aqui seus melhores momentos no clube.
Com um time que cria pouco, não dita ritmo e nem controla o jogo com a posse de bola, o Fluminense se expõe mais do que deve, e falha sempre quando não pode. Roger, entretanto, discorda, e defende seu sistema e suas convicções.
"Com cinco substituições você troca aquelas peças que estão mais desgastadas. Dentro desse modelo que temos, essa é a opção que a gente faz. São mudanças. Trocar seis por meia dúzia você troca características das funções. Não obrigatoriamente você precisa mudar o sistema. E para mudar sistema você precisa ter tempo para fazer isso. Não dá para sair de um sistema para o outro como se imagina ser tão fácil quem está analisando do lado de fora", afirmou o treinador.
Sem conseguir extrair o melhor de cada atleta, Roger também vê as limitações financeiras se impondo a todo instante. Se merece os louros da evolução de Caio Paulista, não conseguiu ainda dar alternativas ao time na ausência do atacante, de quem o Tricolor depende muito mais do que o aceitável. Até porque as opções são poucas: jovens que ainda não renderam o suficiente ou veteranos em baixa.
A insistência em jogadores que não vem dando retorno, hoje Lucca e Kayky e antes Wellington e Bobadilla, também joga contra o técnico, que sofre pressão da torcida nas redes sociais. Mas não admite seus erros quando tem chance, trazendo para si ainda mais desconfiança.
Com um elenco desequilibrado e um treinador na linha tênue entre a fidelidade às convicções e a teimosia, o Flu enfim entrega o que se espera do clube ao observar a diferença financeira para os rivais. Mas por conseguir chegar às quartas de final da Libertadores, o sentimento é de frustração.
"O time caiu um pouco, um pouco frustrante ali. Mas eu comentei, vamos para cima, já passou. Temos que voltar para o jogo. Mas eu tenho certeza que o gol do Fred pode ser o da classificação. Traz esse ânimo para que no jogo de volta a gente possa fazer melhor ainda", disse Yago.
As mexidas ruins de Roger — que costuma mudar apenas peças, e raramente a estrutura que não vem dando certo — também expõem que há poucas peças de reposição à altura para os titulares. Contra o Barcelona, também, azar: trinca que funcionava bem, Cazares, Gabriel Teixeira e Luiz Henrique sentiram a parte física e pediram para deixar o campo.
Por outro lado, os erros individuais e coletivos à profusão mostram desorganização. O pênalti de Nino em Garcés, embora polêmico, foi o 13º do Flu em 2021. Em 2020, cometeu apenas cinco em toda a temporada.
Exposta, a defesa erra bem mais do que antes, e não compensa no ataque, já que cria poucas chances. No jogo de ontem (13), o time até propôs mais o jogo e finalizou 14 vezes. Ainda assim, foi ineficiente, e precisará vencer no Equador — o que nunca aconteceu na Libertadores — para chegar às semifinais.
"Nos desequilibramos nos dois momentos: na penalidade e em uma saída de bola que proporcionou o primeiro gol, mas estivemos sempre vivos na partida. Isso é bem importante. Não tivemos queda de rendimento que justificasse os dois gols do adversário. Foram dois lances pontuais: uma penalidade e um equívoco na saída. O adversário criou muito pouco durante a partida inteira, controlamos a maior parte do jogo", opinou Roger, ao mesmo tempo destacando falhas que custam caro nesse nível de competição.
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