Corinthians não recolhe FGTS desde 2019 e dívida supera os R$ 40 milhões
Fora o atraso no pagamento de salários dos jogadores e a dívida de três meses com os atletas da base, o Corinthians também possui pendências no recolhimento do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) de seus funcionários. O clube não deposita os valores desde 2019, e o débito já supera os R$ 40 milhões.
A reportagem conversou com funcionários e ex-funcionários do Corinthians e recebeu respostas unânimes sobre o não-recolhimento do FGTS. A estratégia do clube é pagar a integralidade dos valores assim que os trabalhadores deixam de ter vínculo empregatício com o Alvinegro. Em alguns casos, no entanto, os pagamentos não foram feitos.
No balanço referente ao ano de 2020, o Corinthians informou que não havia recolhido R$ 36,59 milhões de FGTS. No último documento divulgado pelo clube, o balancete do mês de abril, consta que a dívida com encargos sociais —o que representa FGTS, IR, INSS, PIS, entre outros— é de R$ 170,26 milhões.
Procurado pela reportagem, o clube informou que trata o assunto internamente e não revelou os valores devidos de FGTS. No entanto, de acordo com a apuração do UOL Esporte, os valores já ultrapassaram a casa dos R$ 40 milhões. Em nota, a mesma divulgada para tratar do atraso salarial aos jogadores do elenco profissional e também do auxílio pago aos atletas da base, o Corinthians tomou um posicionamento.
"O Corinthians reconhece que tem tido dificuldades de fluxo de caixa desde o início da pandemia e trabalha para quitar os compromissos tão logo seja possível", escreveu o clube do Parque São Jorge.
Suspensão do recolhimento
Publicada no dia 28 de abril, a MP (Medida Provisória) 1046/2021 oferece ao empregador a possibilidade de suspender o recolhimento do FGTS referente aos meses de maio, junho, julho e agosto deste ano por conta das consequências econômicas da pandemia da covid-19 no país. Portanto, em relação aos últimos meses, o Corinthians age dentro da lei.
No entanto, como o não-recolhimento dos valores pelo clube acontece desde 2019 e, em alguns casos, desde 2018, há a prerrogativa do Corinthians ser convocado para responder judicialmente.
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