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Atleticanos em situação de vulnerabilidade ganham holofote no 'Galo de Rua'

O torcedor Lucas Abdo criou o perfil "Galo de Rua" para mostrar a vida de torcedores em situação de vulnerabilidade - Galo de Rua
O torcedor Lucas Abdo criou o perfil 'Galo de Rua' para mostrar a vida de torcedores em situação de vulnerabilidade Imagem: Galo de Rua

Henrique André

Do UOL, em Belo Horizonte

15/08/2021 04h00

"A história que mais me marcou foi a do Fred, um morador de rua da Av. Bias Fortes com Álvares Cabral. Parei para tirar a foto de uma camisa do Galo pendurada num varal e ele a ofereceu pra mim, porque falei que era rara - era de 1998 e em bom estado. Fiquei sem graça, mas no dia seguinte levei outras duas pra ele". Presentear pessoas em situação de vulnerabilidade é algo que o atleticano Lucas Abdo, de 30 anos, faz há quase uma década; tudo para democratizar o amor pelo clube de coração.

A iniciativa, inclusive, vai muito além de oferecer o "manto sagrado" aos que não têm condições de comprá-lo. Para Lucas, também é uma forma de retribuição.

"Eu viajava e voltava com a mochila mais vazia, já que uma boa parte das camisas do Galo ficavam pelo caminho. A inspiração, sem dúvidas, é meu pai. Lembro perfeitamente de ele tentar converter (alguns com sucesso) amigos meus. Além disso, tive a cultura de arquibancada desde criança. É uma forma de retribuir o que esse povão já fez pelo clube, sobretudo nas décadas de 1990 e 2000 - quando levou o time nas costas", conta Lucas ao UOL Esporte.

Para divulgar os momentos e também inspirar outras pessoas, o atleticano abriu um perfil no Instagram, o 'Galo de Rua'. A conta, crida em abril, se aproxima dos 2 mil seguidores e já conta com vários colaboradores. Pessoas que executam o mesmo tipo de ação pelas ruas, enviam os registros para que sejam postados.

"O foco do Galo de Rua é ajudar atleticanos em situação de vulnerabilidade social. Além disso, é retratar o Atlético em qualquer tipo de arte de rua, que tem tudo a ver com a temática da página. Em outras palavras, é registrar o povão e sua cultura atleticana. Porém, quando alguém torce para o rival (Cruzeiro), oferecemos os demais itens: roupa comum, chinelo, escova e creme dental e absorventes, por exemplo. Além disso, quando há marmitas, elas vão para todos", finaliza.

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