"C*gada" e dica de Neto: Cicinho fala sobre gol contra Palmeiras em 2005
O ex-lateral direito Cicinho passou apenas dois anos no São Paulo - 2004 e 2005: o suficiente para entrar para a lista de ídolos do torcedor tricolor. Além de ter conquistado os títulos paulista, da Libertadores e do Mundial, ele ficou marcado também por ser o autor de dois gols contra o Palmeiras nas oitavas de final da campanha vitoriosa na competição continental - um no jogo de ida, no Parque Antarctica; e outro na volta, no Morumbi. Em entrevista ao podcast Podpah, nesta segunda-feira (16), Cicinho contou histórias sobre esse primeiro gol. Segundo ele, foi uma "c*gada" e fruto de uma dica dada por Neto, ídolo do Corinthians e hoje comentarista. Além disso, o gol foi também um presente para um amigo que era dependente químico.
"Foi c*gada? Foi. Na verdade, foi treino. Eu lembro como se fosse hoje. Eu estava no CT do São Paulo, e o Neto foi fazer uma matéria com o Fábio Simplício. Conversa vai, conversa vem ali no departamento médico, ele falou: 'Cicinho, cara, eu tenho notado uma coisa muito interessante em você. Você tem uma facilidade muito grande de vir com a bola dominada pelo meio. Por que você não coloca dois coletes nos ângulos, e você, sozinho, leva a bola e chuta de esquerda?'", relatou o ex-jogador.
Ele contou que, enquanto Rogério Ceni treinava "suas 100 faltas" depois dos treinos, ele passou a mesclar os cruzamentos com essas jogadas cantadas por Neto. "Então, ali, contra o Palmeiras, óbvio, foi c*gada. Mas eu treinava. Então, quando você treina, tem confiança para fazer", resumiu.
Após acertar a bola no ângulo de Marcos no Parque Antarctica, Cicinho foi para as câmeras e dedicou o gol para "Zé Eduardo". Na entrevista, ele contou sobre a triste história do amigo de infância. "Duas semanas antes do jogo, eu recebi uma ligação da mãe de um amigo meu que começou comigo nas categorias de base do Botafogo (de Ribeirão Preto). E que às vezes até me dava carona, porque tinha uma condição melhor. E esse amigo, o Zé Eduardo, estava em uma clínica de dependentes químicos. A mãe dele falou que ele queria mandar um abraço para mim, mas não podia ter contato, porque estava fechado. Falei: 'daqui duas semanas tem jogo contra o Palmeiras, pede para ele assistir que eu vou fazer um gol para ele'. Isso tudo por carta, não pode ter comunicação por telefone, nada. Aí a mãe falou que lá eles não podiam assistir televisão, né, dava um certo horário eles tinham que dormir. Só que nesse dia o diretor da clínica abriu uma exceção. E acabou que eu fui na câmera e falei: 'Zé Eduardo, é pra você, irmão'. Ele saiu da clínica depois, ficou 8, 9 meses sem ter uma recaída. Depois teve uma recaída, sofreu um acidente de moto e faleceu". Cicinho disse que considera esse o gol mais bonito de sua carreira e, por conta dessa história, também o mais importante.
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