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Em meio à crise, Vasco procura resoluções dentro e fora de campo

Diretor executivo Alexandre Pássaro (de camisa escura) e presidente Jorge Salgado acompanham treino  - Divulgação / Vasco da Gama
Diretor executivo Alexandre Pássaro (de camisa escura) e presidente Jorge Salgado acompanham treino Imagem: Divulgação / Vasco da Gama

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

20/08/2021 04h00

Em campo e nos bastidores, uma palavra ecoa em São Januário: crise. A derrota para o Londrina expôs uma equipe que não consegue engrenar na Série B do Campeonato Brasileiro, apesar da recente mudança no comando técnico, e as críticas quanto à postura da diretoria tiveram um aumento no tom. Paralelamente, a cúpula do Vasco busca soluções após a Justiça determinar a execução de R$ 93,5 milhões em dívidas trabalhistas. Diante do cenário, o clube completará 123 anos amanhã (21) sob grande desconfiança e insatisfação da torcida.

Em meio à pressão, uma entrevista coletiva com membros da gestão, inclusive, foi convocada para o fim da manhã de hoje (20). O presidente Jorge Salgado, o 2º vice-presidente Geral Roberto Duque Estrada, o CEO Luiz Mello, e o diretor executivo de Futebol Alexandre Pássaro serão os presentes à mesa.

Além disso, a festa para celebrar o aniversário do clube, que seria transmitida ao vivo pelo VascoTV, foi cancelada. A tradicional alvorada e hasteamento da bandeira, além da cerimônia de expansão do CT da Base Forte, em parceria com a prefeitura de Duque de Caxias, por outro lado, estão mantidos.

As palavras de Lisca após o revés em casa, na última quarta-feira, evidenciaram que ainda não houve uma liga entre treinador e elenco da forma que todos imaginavam, e que causou euforia à época da contratação. Após um mês do anúncio do acerto, o rendimento da equipe está aquém do esperado e longe de fazer os cruz-maltinos verem o acesso como algo palpável.

"Não estamos achando essa química para o time ser mais competitivo. Hoje é lamentar e pedir desculpas para o torcedor do Vasco. Talvez tenhamos que fazer um futebol mais simples, mas estamos muito vulneráveis, estamos tomando muitos gols. Tem muita coisa ruim, muita coisa errada. Eu, como treinador, ainda não consegui encaixar aqui no Vasco", disse.

Os resultados fazem a diretoria analisar o mercado em busca de reforços, mas, para isso, há uma corrida contra o tempo para cumprir todos os trâmites antes do fim da janela de transferências. E para um clube em crise financeira, essa exigida rapidez não chega a ser propriamente um aliado.

Um dos pontos que Lisca procura resolver com maior celeridade é o setor defensivo, que, segundo a avaliação dele, se mostra muito vulnerável, o que pode ser crucial, negativamente, em uma competição como a Série B.

Enquanto o departamento de futebol se vê às voltas para estancar os problemas, a cúpula convive com uma enorme dor de cabeça. Na última terça-feira, a Justiça determinou a execução de todas as dívidas trabalhistas do clube, montante na casa de R$ 93,5 milhões. Em nota, o Vasco chegou a dizer que a decisão "inviabiliza completamente o funcionamento" do clube, e há um trabalho em curso para reverter a conjuntura.

Além disso, tenta manter em dia os salários para cumprir o acordo selado recentemente com o Ministério Público do Trabalho, através do qual encerrou a ação pelas demissões em massa, que aconteceram em março.

A questão financeira, inclusive, faz com que a urgência por dias mais "tranquilos" no futebol aumente. A permanência na Série B pode causar consequências ainda piores aos combalidos cofres.

O "baque" da derrota para o Londrina foi tamanho que os perfis oficiais do clube no Twitter e Instagram, sempre bastante ativos, fizeram apenas um postagem ontem (19), justamente anunciando a coletiva.

No aniversário de 123 anos, o Cruz-Maltino atravessa ambiente nada agradável. Algumas organizadas prometem ir à porta de São Januário hoje para realizar um protesto. A comemoração, desta vez, terá um tom diferente.

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