Se na Libertadores o Palmeiras está classificado para as semifinais, no Brasileirão a situação da equipe inspira cuidados. O Verdão sofreu sua terceira derrota consecutiva no campeonato ao perder por 2 a 0 para o Cuiabá, neste domingo (22), no Allianz Parque. O time pode ver o líder Atlético-MG, que encara o Fluminense nesta segunda-feira (23), abrir uma distância de oito pontos.
No Fim de Papo, live pós-rodada do UOL Esporte - com os jornalistas Isabela Labate, Mauro Cezar Pereira, Milly Lacombe e Renato Maurício Prado - os comentaristas analisaram a derrota palmeirense e criticaram Abel Ferreira. Para eles, o Palmeiras precisa encontrar variações de seu estilo de jogo para quando os rápidos contra-ataques, sua principal arma, não funcionarem - como no embate contra o rival mato-grossense.
"Falta ao Palmeiras um técnico capaz de tirar do elenco o que ele tem a oferecer. O Abel é um técnico defensivista, que não tem grande repertório. O Palmeiras é muito dependente daquele roteiro do jogo contra o São Paulo: o gol no começo, que lhe permite jogar em velocidade. Hoje [ontem] aconteceu o contrário. O Cuiabá abriu o placar quando a bola rolou, praticamente. Aí se apresentou essa dificuldade", apontou Mauro.
Renato também destacou a dificuldade do Verdão quando encara um adversário com estilo de jogo reativo. "Fiquei impressionado porque repetiu o time que derrotou o São Paulo. O Abel é bom técnico, mas é retranqueiro. Contra o São Paulo, ele matou o jogo nos contra-ataques. Hoje [ontem], ele precisou propor o jogo, e esse time do Palmeiras sempre se atrapalha nessa situação. Tomou um gol logo de cara, o que facilitou ainda mais o trabalho do Cuiabá. No que o Palmeiras encontra um time bem armado defensivamente, ele se enrola", analisou.
Para Mauro, o elenco palmeirense oferece soluções para fazer o time variar seu estilo de jogo. "Se fosse treinado, seria interessante o trio Dudu, Raphael Veiga e Gustavo Scarpa. Mas é para um time que joga com a bola no chão, envolva o adversário e tenha jogadas pelos lados. O Palmeiras tem condições de fazer muito mais, mas hoje [ontem] teve um contra-veneno", comentou, mostrando uma das possíveis alternativas que Abel poderia utilizar.
Com a derrota para o Cuiabá e a possibilidade de o Galo abrir distância na liderança, Renato acha que a situação palmeirense no Brasileirão começa a se complicar. "A sensação que eu tenho é a de que, no Brasileiro, o Palmeiras está começando a ficar a uma distância bastante complicada. E só tem o Brasileiro e a Libertadores. Se por acaso cair para o Atlético-MG na Libertadores, vai ficar com dificuldade de ganhar algum título nesse ano", alertou.
Mauro também considerou que há trabalho a ser feito após a vitória sobre o São Paulo. "Hoje [ontem], vimos o Palmeiras em situação mais desconfortável: em desvantagem, tendo que virar o jogo, criando volume e perdendo gols. Quando tira o Zé Rafael e põe o Willian, aí que a coisa piorou. O time ficou muito exposto. O Cuiabá não matou o jogo antes por falta de qualidade. É preciso olhar para o Palmeiras não por um jogo, que foi perfeito dentro da estratégia de praticamente sempre do Abel. Mas o retrospecto é ruim", concluiu Mauro, citando as quedas do Verdão no Mundial de Clubes, Copa do Brasil, Paulistão, Supercopa do Brasil e Recopa Sul-Americana.
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