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RMP: "Corinthians começa a ter identidade, mas está longe de ser confiável"

Do UOL, em São Paulo

23/08/2021 04h00

O Corinthians vive um momento de ascensão na temporada. Neste domingo (22), o Timão foi até Curitiba, ganhou por 1 a 0 do Athletico e voltou a vencer duas partidas consecutivas no Brasileirão. Com o resultado, o time do Parque São Jorge pulou para a sexta posição no torneio, mostrando que tem forças para brigar por uma vaga na próxima edição da Libertadores.

No Fim de Papo, live pós-rodada do UOL Esporte - com os jornalistas Isabela Labate, Mauro Cezar Pereira, Milly Lacombe e Renato Maurício Prado - a evolução do Corinthians foi um dos assuntos debatidos. Os comentaristas falaram sobre a evolução da equipe, que antes era considerada como candidata a brigar contra o rebaixamento.

"O Corinthians só tem o Brasileiro, ao contrário de quase todos os outros clubes, já que foi eliminado de tudo. O Sylvinho ganhou dois reforços importantes: Giuliano, que já é titular, e Renato Augusto, que hoje voltou a entrar um pouco. É inegável que dois jogadores da categoria deles em um meio-campo que era um deserto de ideias começa a melhorar o time, que está começando a encontrar uma identidade, uma forma de jogar. Ainda acho que esteja longe de ser um time totalmente confiável, mas vem de bons resultados", comentou Renato.

Mauro lembrou que o Corinthians tem um diferencial importante em relação aos rivais: tempo. "É o melhor momento [na temporada], porque os outros são péssimos. É normal que haja uma evolução. O Corinthians tem alguns jogadores experientes, especialmente na sua linha defensiva. Não é um time para brigar pelo título, mas também não é para ficar entre os últimos colocados. É natural que comece a brigar um pouco mais em cima. Só disputa uma competição. O Sylvinho tem semanas inteiras para treinar e descansar jogadores", afirmou.

Para Milly, o time encontrou um padrão de jogo - que pode não ser dos mais atraentes, mas ainda assim mostra alguma personalidade da equipe. "É uma cadência dos anos 70, em velocidade reduzida. É um padrão que não é exuberante, a coisa mais palpitante do mundo, mas há ali um padrão. Antes de o Sylvinho chegar, não havia nada. Era terra arrasada. Houve uma melhora assim que ele chegou, mas não conseguia mais melhorar. Agora, com Giuliano no time, o meio de campo está mais sóbrio. A zaga encaixou, com João Victor e Gil bem juntos", avaliou.

Renato se surpreendeu com a reação corintiana e vê a equipe em condições de brigar pelas primeiras posições na tabela. "Para quem dizia que o Corinthians poderia brigar pelo rebaixamento, eu entre eles, o Corinthians está lá no G-6. Não há como deixar de reconhecer que há uma evolução muito interessante. Se vai se manter, isso eu não sei. Mas que de fato vem evoluindo e é impressionante já ter conseguido entrar no G-6. Mais do que isso, eu não acredito. Não vai disputar título, mas uma vaguinha na Libertadores. Diante do quadro que se tinha antes, é um avanço e tanto", elogiou o colunista.

Apesar da evolução apresentada pelo Corinthians, Milly chamou a atenção para uma característica que ainda a preocupa: o time recuar após fazer um gol. "O time toca para lá e para cá, faz o gol e aí a coisa se complica. Depois disso, é o Corinthians antigo e vira um deus nos acuda. Antes, se tivesse que prever alguma coisa, era um time que ia brigar para não cair. Agora não. Está em outro rolê e talvez consiga uma vaga na Libertadores. É um estímulo e deixa a torcida mais empolgada", comentou.

Renato também se incomoda com o recuo excessivo da equipe e vê parcela de culpa do treinador. "Continuo não gostando dessa história de fazer um golzinho e recuar tudo. O Sylvinho é isso? Isso o Abelão já faz há 200 anos. Um cara novo chega ao futebol e faz isso é uma decepção gigantesca. O mínimo que espero dos técnicos mais novos é ousadia, uma tentativa de acompanhar o que há de mais moderno. Vamos ver se essa casinha vai resistir tanto tempo assim", finalizou.