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Comissão de Ética afasta Caboclo da CBF por um total de 15 meses

Rogério Caboclo, presidente da CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Rogério Caboclo, presidente da CBF Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Igor Siqueira

Do UOL, no Rio de Janeiro

24/08/2021 17h18Atualizada em 24/08/2021 20h00

A Comissão de Ética do Futebol Brasileiro puniu o presidente da CBF, Rogério Caboclo, com um total de 15 meses de afastamento do cargo por entender que houve "conduta inapropriada" na relação com uma funcionária da entidade. A denúncia inicial apontava assédio moral e sexual, com base em gravações que mostravam Caboclo perguntando à mulher: "Você se masturba?".

Como a decisão prevê o abatimento dos três meses já quase cumpridos desde o afastamento inicial, em 6 de junho, a sanção ao dirigente vai até o início de setembro de 2022. Caboclo promete "recorrer às instâncias adequadas".

A confirmação da punição será alvo de deliberação da assembleia geral da CBF, composta pelas 27 federações estaduais. Se houver pelo menos sete votos a favor do dirigente afastado, ele volta ao poder de imediato.

A reunião aconteceria amanhã (25), mas foi cancelada por decisão da Câmara Brasileira de Mediação e Arbitragem (CBMA), após um pedido de Caboclo. O entendimento é que o edital não poderia ter sido publicado pela diretoria da CBF sem que antes houvesse a sentença da Comissão de Ética.

A sentença foi definida hoje (24) pela Câmara de Julgamento da Comissão de Ética e comunicada em uma sessão virtual. A relatoria do caso ficou com Amilar Fernandes Alves.

O UOL apurou que a comissão chegou a caminhar para aplicar 12 meses de punição, mas quando se deparou com a detração da pena (abatimento do tempo já cumprido), houve acréscimo de mais três meses.

Com os 15 meses totais, Caboclo ainda poderá cumprir parte do mandato, que vai até abril de 2023, mas voltará à cadeira provavelmente já depois da eleição para o mandato seguinte. A perspectiva é que a CBF eleja o novo presidente em abril de 2022.

Como esse cenário, o Coronel Nunes segue como presidente em exercício da CBF. Sem o afastamento definitivo de Caboclo, eleito em 2018, não haverá eleição entre os oito vice-presidentes que fizeram parte da chapa com ele. Isso é uma frustração para os vices que já almejavam um pleito em cerca de 30 dias para completar o mandato até abril de 2023.

Nota de Rogério Caboclo

"Recebo com tranquilidade a decisão da Comissão de Ética do Futebol. A rejeição da acusação de assédio é correta e era esperada, uma vez que nunca cometi esse ato e minha defesa comprovou minha inocência. Essa decisão mostra o quão ilegal e açodada foi a decisão da mesma comissão de me afastar do cargo antes de abrir espaço para que eu me defendesse.

O afastamento por mais 12 meses, por sua vez, é injusto e ilegal. Trata-se de mais um capítulo da armação do ex-presidente Marco Polo Del Nero, banido do futebol por corrupção, para me tirar da CBF e reassumir o controle da entidade por meio de seus aliados. Minha defesa recorrerá nas instâncias adequadas contra essa punição."