Coudet foi pivô de transformação e primeira chance de Galhardo na Europa
Eduardo Coudet trabalhará novamente com Thiago Galhardo. A negociação que deve se concluir nos próximos dias levará o atacante de 32 anos a reencontrar o treinador que mudou sua carreira. A trajetória dele no futebol pode muito bem se definir entre "antes e depois" do contato com Chacho, no Inter.
Foi sob orientação do técnico do Celta que Galhardo se afastou de polêmicas, mudou de posição, viveu o melhor ano da carreira e chegou à seleção brasileira. Longe, o nível jamais foi o mesmo. Agora o Celta espere que o reencontro com o técnico argentino valha para o brasileiro também reaver seu melhor futebol.
O acordo depende apenas de oficialização. Galhardo partiu para Espanha na noite de ontem e até se despediu da torcida do Inter em uma publicação no Instagram.
Antes do Inter, polêmicas e trocas de time
Antes do Internacional a carreira de Thiago Galhardo era pautada por polêmicas e trocas de clube. Desde o início, quando pensou em desistir do futebol e foi destituído da ideia por um técnico da base, ou quando causou dúvidas, mas não permaneceu no Botafogo após empréstimo, e em tantos outros clubes.
A lista é longa numa rotina de desconfiança e instabilidade: Bangu, Boa Esporte, Remo, América-RN, Comercial, Madureira, Brasiliense, Ponte Preta, Albirex Nigada-JAP e Coritiba.
No Vasco, mais tarde, viveu o ápice das polêmicas, quando criticou comportamento de torcedores rivais, discutiu com jornalista e se envolveu em entrevero com o então técnico do time Alberto Valentim.
Enquanto Eduardo Coudet foi técnico do Inter, Thiago Galhardo foi protagonista em nenhum momento deste tipo. Mas bastou o treinador deixar o clube para que o cenário se repetisse, com cobrança da torcida e uma relação longe do ideal.
Coudet escolheu Galhardo após jogo pelo Vasco
Como contou o UOL Esporte em 2020, Eduardo Coudet escolheu Thiago Galhardo para reforçar o Inter dentre uma série de alternativas apresentadas pelo departamento de futebol do clube. A lembrança da atuação do jogador em um duelo entre o time que treinava, o Racing-ARG, e o Vasco, pela Libertadores, motivou a investida.
Quando foi apresentado, Galhardo contou que na época já conversava com Coudet e que a relação nasceu antes mesmo de eles trabalharem juntos.
Mudança de posição e números impressionantes
Antes de trabalhar com Eduardo Coudet, Galhardo era visto como um meia que também poderia atuar como segundo atacante. Jogava sempre atrás do principal homem de frente, já tinha sido testado até pelos lados ou mesmo mais recuado.
Com Coudet ele virou centroavante e passou a empilhar gols. Até então, a melhor temporada da carreira do jogador tinha sido a de 2019, pelo Ceará, com 12 gols e uma assistência. Bastou ter contato com Coudet para vir um ano ímpar. Foram 23 gols e 10 assistências na temporada 2020, sendo 21 gols e nove assistências sob comando do argentino.
Ainda na temporada passada, depois da saída de Coudet, Galhardo por pouco não foi negociado pelo Inter e virou reserva com Abel Braga. Nesta temporada, alternou momentos no time e fora dele, marcando 11 gols e dando uma assistência em 28 partidas.
Seleção brasileira
Como centroavante, catapultado pelas atuações sob comando de Coudet, Galhardo atingiu o ponto mais alto de sua trajetória no futebol. Em novembro de 2020, foi chamado para seleção brasileira em substituição a Pedro, do Flamengo, que foi cortado por lesão muscular. Ele ficou no banco de reservas no confronto contra o Uruguai, pelas Eliminatórias para próxima Copa do Mudo.
Relação dentro e fora de campo
Eduardo Coudet mantém amizade com vários jogadores que ainda fazem parte do elenco do Inter, entre eles Thiago Galhardo. A relação entre eles, além dos contatos que o técnico do Celta tem com o presidente Alessandro Barcellos, pesaram na conclusão da transferência.
Transformação concluída
Antes de Coudet, Galhardo tinha 15 clubes na carreira, 51 gols em 290 jogos oficiais, com média de 0,17 gols por jogo. Depois de Coudet foram 35 gols em 82 jogos, subindo a média para 0,42 gols por jogo. Quase um gol a cada duas partidas.
A primeira oportunidade no futebol europeu aos 32 anos completa o processo de mudança e a influência direta que o trabalho com Chacho teve na carreira do jogador. Depois de uma transformação tão grande, é impossível duvidar do que pode acontecer depois do reencontro.
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