Patrocinador blinda futebol, mas Cruzeiro segue com pendências salariais

A chegada de Vanderlei Luxemburgo mexeu com a estrutura do Cruzeiro, dentro e fora de campo. Nas quatro linhas a Raposa saiu de uma sequência negativa de nove partidas para uma invencibilidade de sete jogos. Sob o comando de Luxa já são cinco partidas, com três vitórias e dois empates, somando aproveitamento superior a 73%. Porém, pelo menos neste início de trabalho do treinador — que está em sua terceira passagem pelo clube —, os efeitos tem sido mais sentidos no departamento de futebol, diferentemente do que acontece em outras áreas da agremiação.

Para funcionários da Toca II e que estão diretamente ligados ao time principal do Cruzeiro, os salários de 2021 foram regularizados — ficando apenas algumas pendências do ano passado —, enquanto os demais trabalhadores que exercem atividades na Toca I (centro de treinamento da base), nas sedes sociais (Barro Preto e Pampulha) e sede administrativa estão com as contas vazias e sem receber os devidos pagamentos.

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Segundo apurou o UOL Esporte, há atrasos em duas folhas salariais. Apenas metade do salário dos funcionários foi paga em junho e em julho. Até mesmo aqueles que recebem valor mais baixo não receberam e daqui a aproximadamente 15 dias o salário de agosto deverá ser pago. Porém, ainda não há garantia de que isso acontecerá.

Enquanto essas pendências não são pagas, os funcionários de menor poder aquisitivo relatam dificuldade até para comprar alimentos. Até questões de moradia estão virando problema para os trabalhadores, que estão em dificuldade para pagar aluguéis, por exemplo.

Cobrança de Luxemburgo

Para que Vanderlei Luxemburgo aceitasse a proposta do Cruzeiro algumas contrapartidas foram exigidas pelo próprio treinador. Uma dessas foi a de que o salário no clube fosse colocado em dia. Mais de R$ 9 milhões foram aportados pelo empresário Pedro Lourenço, dono de uma rede de supermercados em Belo Horizonte, e esse valor pagou atrasados de atletas e funcionários da Toca II. Entretanto, o valor não conseguiu quitar todas as dívidas salariais na .

Houve, inclusive, o uso de dinheiro arrecadado em vaquinha virtual [por meio da ação CruPIX] para pagar o vale-transporte [R$ 167.838,80] de funcionários e bolsa-atleta [R$ 37.104,80] a alguns jogadores da base. O clube revelou ontem que até o dia 16 de agosto foram gastos R$ 204.943,60 com as despesas citadas, valor retirado de uma arrecadação de R$ 207.756,25.

"O Cruzeiro não é de Série B, o Cruzeiro está na Série B, e ele tem que entender a competição. Acho que estou cobrando o Cruzeiro de Série A jogando Série B, os dirigentes têm que entender isso também. Há coisas que precisamos que sejam feitas. O Cruzeiro é um time grande passando por dificuldades, mas a dificuldade não pode ir lá para baixo para ser Série B ou C, é o Cruzeiro de Série A jogando a Série B com perspectiva de crescimento, e isso tem um custo. A grande contratação não foi a minha, foi colocar o salário dos jogadores em dia, dos funcionários, hoje você vê alegria na Toca, uma harmonia, mas não termina, temos julho e mais para frente para receber. Então, cabe aos dirigentes, comprometimento. E eles estão preocupados com isso", cobrou Luxa.

Além de atrasos com funcionários, os pagamentos às atletas do time feminino também estão atrasados, conforme uma fonte disse ao UOL.

O Cruzeiro não se pronunciou sobre os atrasos salariais de funcionários administrativos em detrimento dos pagamentos feitos ao departamento de futebol.