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Amauri revela susto ao ver salário de Edmundo no futebol italiano

Edmundo e Amauri comemoram gol do Napoli em jogo contra o Verona, em 2001 - Grazia Neri/AllSport
Edmundo e Amauri comemoram gol do Napoli em jogo contra o Verona, em 2001 Imagem: Grazia Neri/AllSport

Colaboração para o UOL

25/08/2021 12h53

O ex-atacante da Juventus Amauri conta, em entrevista ao canal do Youtube de Alê Oliveira, histórias de quando atuou ao lado de Edmundo no Napoli, da Itália. No vídeo, que foi publicado ontem (25), o brasileiro revela ter se assustado quando descobriu o salário do animal.

"Na época você retirava o cheque [do salário] no clube e depois depositava. Quem terminasse de treinar podia ir pegar o cheque. Aí eu fui, e o Edmundo na minha frente na fila. Aí o cara tirou o cheque dele, e eu olhei. Eu falei: 'irmão, só 10% desse salário seu, eu tô bem'. Aí ele falou: 'fica tranquilo que, do jeito que você tá treinando, logo você tá ganhando mais que isso'".

O ex-jogador ainda relembra que demorou a estrear pelo Napoli por causa de Edmundo. Isso porque, na época, era pequena a cota de jogadores "extracomunitários" — ou seja, de outras nacionalidades — que os clubes italianos poderiam integrar. Amauri chegou ao time em 2000, mas só pôde atuar em 2001.

Quando finalmente autorizado a entrar em campo, o ex-atacante da seleção italiana conta que causou desconforto ao animal: "Em uma quarta-feira eu fiquei liberado para jogar, e no domingo o treinador me colocou, no lugar do Edmundo. E o Edmundo não quis sentar no banco, não".

"Não" à seleção brasileira

Após bom desempenho atuando pelo Palermo, em 2008 Amauri foi contratado pela Juventus e passou a ser especulado tanto na seleção brasileira quanto na italiana. Mas o ex-atacante conta que, na época, não tinha dúvidas sobre qual seria sua escolha: "sou brasileiro, vou esperar o Brasil".

"Aí foi quando eu recebi uma telefonada do Marcelo Lippi, técnico da seleção italiana e campeão do mundo em 2006, e ele falou: 'eu quero você na minha seleção, você vai ser o meu atacante em 2010'. Eu fui sincero, falei: 'professor, vou esperar o Brasil me chamar até a última convocação do ano'".

Amauri revela que, dias antes da penúltima convocação da seleção brasileira em 2008, teria recebido ligações de pessoas que afirmavam que ele estaria entre os escolhidos de Dunga.

"Aí o coração já disparou, já até liguei pra minha mãe. Quando saiu a lista, eu fui direto pra parte do ataque, e nada. Eu comecei a perder a esperança", relembra.

Dias após a decepção, o ex-jogador marcou um encontro com Marcello Lippi, em Turim. Na ocasião, diz ter prometido ao treinador que, caso fosse convocado pela seleção italiana, atuaria com a Azzurra.

"Mas eu não tive sorte, porque eu dei minha palavra pra ele, e depois fui convocado [pelo Brasil]. E o Dunga me convocou justo para o jogo do Brasil contra a Itália. Mas meu pai me ensinou uma coisa, que homem tem uma palavra só, então se eu falei que vou jogar pela seleção italiana, eu vou jogar pela seleção italiana", relembra o ex-atacante.