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"Fortaleza prova que é forte e competitivo não só com Ceni", diz presidente

Juan Pablo Vojvoda e Fortaleza são destaques no Campeonato Brasileiro de 2021 - Pedro Chaves/AGIF
Juan Pablo Vojvoda e Fortaleza são destaques no Campeonato Brasileiro de 2021 Imagem: Pedro Chaves/AGIF

Marcello De Vico

Colaboração para o UOL, em Santos (SP)

25/08/2021 04h00

O Fortaleza precisou encarar momentos de desconfiança depois das duas vezes que Rogério Ceni largou o barco, em 2019 e 2020. Existe vida sem o técnico? Era o questionamento que surgia a cada sequência negativa e após o time até brigar contra o rebaixamento no Brasileirão de 2020. Mas o tempo passou, e, meses depois, a resposta para essa pergunta já está mais do que clara: sim, existe.

Com o argentino Juan Pablo Vojvoda, o Fortaleza voltou a conquistar não só resultados expressivos, mas a praticar um futebol que cativa quem para para assistir ao jogo do time nordestino. O trabalho feito pelo técnico comprova, a cada rodada, que o fato de a equipe não deixar o G4 da tabela desde a primeira rodada não é à toa.

"Para gente, é importante esse bom momento com o Vojvoda porque fica provado para todo mundo que o Fortaleza tem força dentro de si, que não é algo necessariamente exclusivo com o Rogério", afirmou o mandatário tricolor em entrevista ao UOL Esporte.

"O Fortaleza é um clube centenário, com muita história, já esteve na Série A várias vezes, já foi campeão do Nordeste mais de uma vez, e o Rogério é uma figura importantíssima dentro dessa história, um dos caras mais importantes, mas a vida segue, e o Fortaleza está provando, com o Vojvoda, um cara de outro país, outro conceito, que joga diferente do Rogério, embora tenha a mesma mentalidade ofensiva, que consegue ser competitivo não só com o Rogério. Isso é importante para a gestão, para o trabalho e até para a autoestima do torcedor", acrescentou.

Reencontro com o São Paulo

Tiago Volpi foi um dos principais responsáveis pela classificação do São Paulo diante o Fortaleza - Bruno Ulivieri/AGIF - Bruno Ulivieri/AGIF
Tiago Volpi foi um dos principais responsáveis pela classificação do São Paulo diante o Fortaleza
Imagem: Bruno Ulivieri/AGIF

Quase um ano se passou desde um dos jogos mais dramáticos da história recente do Fortaleza. Ainda com Rogério Ceni no comando, o time do Nordeste acabou eliminado pelo São Paulo depois de uma disputa com 20 pênaltis —e o placar de 10 a 9 para a equipe paulista.

Desde então, muita coisa rolou no clube. Rogério Ceni saiu novamente (para o Flamengo) e Marcelo Chamusca e Enderson Moreira passaram antes de o time se firmar sob o comando do argentino Juan Pablo Vojvoda, uma das sensações do Campeonato Brasileiro.

"De lá pra cá, a gente teve um fim de ano difícil no Brasileiro, com risco de rebaixamento, iniciamos o ano sob muitas dúvidas, houve mudança de comando técnico e depois veio um momento bom, com título estadual, Copa do Brasil, boa campanha no Brasileiro, mas o clube, em si, sempre buscando evoluir estruturalmente, sem parar esse processo que a gente acha que é importante e tem que ser contínuo, e fazer o Fortaleza crescendo dentro e fora das quatro linhas", afirmou Marcelo Paz.

Hoje, Fortaleza e São Paulo voltam a se enfrentar pela Copa do Brasil, agora na fase de quartas de final. O primeiro jogo acontece nesta noite, às 21h30 (de Brasília), no Morumbi. A volta está marcada para o dia 15 de setembro, no Castelão.

3º, mas poderia ser mais

Marcelo Paz, presidente do Fortaleza, durante apresentação do técnico Juan Pablo Vojvoda - Leonardo Moreira / Fortaleza - Leonardo Moreira / Fortaleza
Marcelo Paz, presidente do Fortaleza, durante apresentação do técnico Juan Pablo Vojvoda
Imagem: Leonardo Moreira / Fortaleza

A ótima campanha do Fortaleza no Brasileirão teria ganho ainda mais destaque se não fossem os constantes pênaltis perdidos pela equipe. Nas últimas duas rodadas, por exemplo, Bruno Melo teve uma chance aos 40 minutos do segundo tempo contra o Juventude, mas acertou a trave direita. Na rodada anterior, contra o Santos, Lucas Crispim foi o cobrador da penalidade marcada aos 47 minutos da etapa complementar, mas a bola foi defendida pelo goleiro santista.

Isso sem contar o pênalti desperdiçado por Yago Pikachu no empate contra o Grêmio, pela sétima rodada. "Seriam seis pontos a mais. Mas acho que não devemos olhar futebol só assim, porque também vencemos jogos com gol no final... Jogos que para muitos seriam difíceis de vencer. Então você ganha pontos em alguns momentos e perde outros", analisa Paz.

Independente dos pontos perdidos, o Fortaleza continua firme na briga pela parte de cima da tabela. Soma 32 pontos, assim como o vice-líder Palmeiras; ambos estão seis pontos atrás do Atlético-MG, pontos esses que teriam ido para a conta do time do Nordeste não fossem os pênaltis desperdiçados.

"O que mais vale é estar com 32 pontos, brigando lá em cima, e a nossa luta vai ser para se manter lá em cima o máximo possível, se possível até a rodada 38, que nos daria algo muito bom. E na Copa do Brasil é fase a fase. Um jogo dificílimo contra o São Paulo. Tme de investimento muito maior que o nosso, é o favorito para o confronto, mas vamos fazer o nosso melhor. No ano passado foi no detalhe... Quem sabe nesse ano o detalhe seja a nosso favor", completa.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi informado anteriormente, o técnico do Fortaleza entre Rogério Ceni e Juan Pablo Vojvoda foi Marcelo Chamusca, e não Péricles Chamusca. O erro foi corrigido.

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