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Corinthians adota 'pé no chão' e mantém plano para contratar reforços caros

Duilio Monteiro Alves, presidente do Corinthians, acompanhado de Alessandro e Roberto de Andrade - Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Duilio Monteiro Alves, presidente do Corinthians, acompanhado de Alessandro e Roberto de Andrade Imagem: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Ricardo Perrone e Yago Rudá

Do UOL, em São Paulo

26/08/2021 04h00

Depois de passar um pouco mais da metade do ano sem contratar jogadores por falta de dinheiro, o Corinthians entrou com apetite no mercado. Trouxe Renato Augusto e Giuliano, negocia com Roger Guedes, e flerta com Willian, do Arsenal. Mas, afinal, como o clube com dificuldade para pagar salários em dia e engessado por bloqueios judiciais em suas contas e receitas futuras arrumou dinheiro para contratar?

O discurso da diretoria é de que nenhuma loucura foi feita e o orçamento está sendo cumprindo.

Do outro lado do balcão há quem compre essa ideia. O estafe de Roger Guedes, por exemplo, não se assustou com o histórico de dívidas do Alvinegro.

Pelo contrário, viu sinais de organização na gestão e sentiu segurança para trabalhar com a diretoria corintiana na construção de um projeto para o jogador no Parque São Jorge.

Vale lembrar que a boa relação do empresário do atleta, Paulo Pitombeira, com o presidente do Corinthians, Duilio Monteiro Alves, também ajuda.

Sem fazer nenhuma grande venda, a engenharia financeira corintiana se resumiu a apertar ao máximo as contas durante metade do ano. Isso significa se desfazer de atletas para reduzir despesas e, ao mesmo tempo, evitar contratações.

Desde o começo do ano, a diretoria argumentava que não traria reforços até sentir que chegou ao limite, sem ter para onde evoluir. Tal situação poderia prejudicar receitas futuras com uma premiação baixa no Brasileirão e ausência na próxima Libertadores.

Quando isso acontecesse, teria chegado o momento de sacrificar um pouco do dinheiro economizado para contratar. Essa hora chegou em julho, quando foram contratados Giuliano e Renato Augusto. O roteiro seguiu o programado pela diretoria: contratações pontuais e que não fossem apostas.

Antes da chegada dos dois, a previsão era de uma economia na folha salarial de cerca de R$ 3,6 milhões até 1° de julho. Agora, após as duas contratações, segundo fonte ouvida pela reportagem, com os salários dois dos reforços, o gasto mensal com salários no departamento de futebol profissional nainda ão passará de R$ 11 milhões por mês. O gasto mensal era de a R$ 14,6 milhões, com impostos, no final do ano passado.

É possível gastar mais para encorpar o time? Sim, desde que seja mantida a linha de contratar jogadores livres no mercado, como Roger Guedes. A mesma fonte afirmou que dificilmente daria para trazer mais de um jogador neste momento.

Enquanto há otimismo em relação a Roger Guedes, Willian só viria em condições especiais. Ele teria que aceitar ganhar bem menos do que recebe no Arsenal e ser liberado de graça. Ainda assim, o Corinthians enfrentaria dificuldade para fechar a operação sem dinheiro novo.

Independentemente de novos reforços, pelo menos uma venda é vista pelos cartolas como necessidade imediata do clube para ganhar fôlego financeiro.

O plano também prevê um incremento nas receitas futuras com os reforços, o que é fundamental para pagar salários.

A aposta é de que, reforçada, a equipe termine o Brasileirão numa posição melhor na tabela, aumentado sua fatia na premiação.

Os primeiros passos após duas contratações foram promissores. Com duas vitórias seguidas, o time alcançou a sexta posição do Campeonato Brasileiro que vale vaga na Libertadores. E mais dinheiro.

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