A história do Corinthians pode muito bem ser dividida entre um antes e depois da venda de Willian para o Shakhtar Donetsk (UCR), em agosto de 2007. Não por culpa do jogador, de forma alguma, mas o clube mudou tanto nos 14 anos desde então que parece até ser outra instituição.
Foi em uma noite fria de sexta-feira, no inverno de 2007, que ficou decidido em uma reunião no Parque São Jorge que o Corinthians venderia Willian por US$ 19 milhões. O clube vivia duas ebulições: uma em campo, onde acabaria rebaixado à Série B meses depois; outra fora dele, em que o presidente Alberto Dualib estava afastado e corria riscos de impeachment. Tudo isso antes da era Andrés Sanchez, de Ronaldo Fenômeno, de Tite, do título inédito da Copa Libertadores, da Neo Química Arena, do CT e de todas as lembranças dos torcedores mais jovens. Quase tudo no clube mudou.
A começar pela presidência. Dez dias antes da venda de Willian, naquele agosto de 2007, Alberto Dualib havia sido afastado por 60 dias em meio a uma investigação policial. O presidente interino era Clodomil Orsi. Dualib acabaria renunciando, e só em outubro o nome de Andrés Sanchez passaria a ser conhecido de verdade entre os torcedores, em sua eleição para o primeiro mandato.
Em resumo, Corinthians teve um único presidente nos 14 anos anteriores à venda de Willian ao Shakhtar: Alberto Dualib, que havia assumido em 1993 e teve quatro mandatos. Já nos 14 anos desde então, foram quatro presidentes, e de outro grupo político: Andrés Sanchez, Roberto de Andrade, Mário Gobbi Filho e agora Duilio Monteiro Alves, todos de alguma maneira apoiados por Andrés.
Estruturalmente, a própria trajetória de Willian no Corinthians evidencia as mudanças. Nos tempos das categorias de base, o meia treinava no terreno que hoje abriga a Neo Química Arena. Depois, treinou no Parque São Jorge, quando subiu ao profissional, porque o CT Dr. Joaquim Grava foi inaugurado apenas em 2010.
As maiores diferenças, porém, talvez tenham acontecido dentro de campo. Quase 25% dos títulos mais importantes da história do Corinthians foram conquistados de 2007 para cá (precisamente 13 destas 54 taças). De Ronaldo a Paolo Guerrero, os quase 500 jogos de Cássio, três títulos brasileiros? Tudo isso aconteceu de 2007 para cá.
O que não mudou tanto foi o aperto com as dívidas. Um demonstrativo do final de 2007 calculava a dívida do Corinthians em cerca de R$ 95,7 milhões —corrigido pela inflação, este valor hoje seria de R$ 286 milhões. No entanto, a dívida real dobrou no último mandato de Andrés Sanchez e hoje já passa de R$ 1 bilhão, contando a Arena.
Em campo, Willian está na prateleira dos melhores reforços do futebol brasileiro em 2021 e, se jogar tudo o que sabe ao lado de Renato Augusto, Giuliano e Roger Guedes, tem tudo para recolocar o Corinthians na disputa por títulos.
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