Flu mostra evolução rápida com Marcão, mas falta de qualidade cobra a conta
Em apenas duas semanas à frente do Fluminense, Marcão já conseguiu imprimir seu estilo e fez a equipe melhorar. Ao mesmo tempo, com um modelo mais consistente, a falta de qualidade do elenco montado cobra a conta, e os resultados não aparecem apesar da evolução no desempenho.
O problema crônico de criação de chances do Tricolor aos poucos vem diminuindo com as novas ideias do treinador, que acredita em um jogo mais apoiado, com mais posse de bola e trocas rápidas de passes para compensar a ausência de peças de velocidade. Desfalcado de Caio Paulista e Gabriel Teixeira, Marcão deu chances a Lucca e recebeu bom reforço em Jhon Arias, mas o time segue com dificuldades.
Embora venha balançando as redes com frequência e siga decisivo, Fred dá sinais de cansaço após sequência dura de jogos. Aos 37 anos, o artilheiro não tem mais a mesma força e mobilidade de outros momentos, e precisa que seus companheiros compensem na pressão à bola e na recomposição. Por isso, a saída de Nenê se tornou imperativa, e com um tripé no meio, o Flu se tornou mais seguro. Mas ainda falha muito.
"A nossa equipe evoluiu com tudo que a gente pediu, foi um jogo mais apoiado, com velocidade, criamos mais oportunidades, não fechamos, não matamos, e eles conseguiram no detalhe tirar essa chance de nós", resumiu Marcão após o empate com o Juventude.
Na defesa, o jogo aéreo segue como calcanhar de aquiles. Contra o Juventude, o lance de Lucca foi de infelicidade, mas mostra que os problemas individuais persistem. Mal posicionado e em gesto técnico errado, o atacante cabeceou contra o próprio gol e encobriu Marcos Felipe. Se ajudou como artilheiro improvável da equipe no Brasileirão, o limitado camisa 7 "tirou" pontos da equipe com o erro.
O resultado, inclusive, poderia ser pior se não fosse uma decisão polêmica de Heber Roberto Lopes. Em um lance onde o zagueiro Rafael Foster balançou as redes para o Juventude, o árbitro não só marcou uma falta inexistente como apitou antes do fim da jogada, impedindo uma possível correção do VAR. Desse jeito, entretanto, o placar seria injusto, já que o Tricolor mandou no jogo.
A organização, a estratégia e o conteúdo tático do Flu melhoraram com Marcão, e justamente por isso, a falta de qualidade do elenco está mais exposta. Em um modelo mais bem definido, falta talento para que a equipe evolua no ataque.
A movimentação e as trocas de passe, também trabalho do treinador, facilitam, mas as chances perdidas, como as de Samuel Xavier e Luiz Henrique, mostram que o Tricolor carece de melhores jogadores para deslanchar.
"A gente joga um jogo de muita imposição, de marcação. Hoje era um jogo para sair com a vitória, mas acredito que do jogo do Bahia para hoje, nossa equipe conseguiu uma evolução técnica, e vamos continuar trabalhando para continuar evoluindo. Vamos criar um Fluminense forte e que goste do jogo", afirmou o técnico.
Dentro desse contexto, o colombiano Arias foi boa adição. Mais técnico que seus concorrentes, o jogador melhorou as tramas de ataque e, principalmente, não se ateve à função tática nas pontas, flutuando bastante pelo meio e abrindo espaços para as subidas dos laterais. Mais uma demonstração de que a qualidade dos atletas será necessária para que o Fluminense suba na tabela.
"É um jogador que tem um controle muito grande na boa e um jogo apoiado inteligente. Tenho certeza que ele vai nos ajudar bastante. Hoje, ele participou mais na partida, é um jogador que se entrega muito, comprometido com o processo, e acredito que tem muito para evoluir. Fico feliz pela procura, ele está querendo se adaptar o mais rápido possível. Vem conversando bastante, está se sentindo em casa, está muito bem adaptado e foi muito bem recebido", disse Marcão.
Com 21 pontos e na 11ª colocação do Brasileirão, o Flu agora se prepara para enfrentar a Chapecoense, na terça (7), às 21h30, na Arena Condá, em Chapecó.
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