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"Tenho mesma liberdade no Flamengo e na seleção", diz Gabigol após críticas

Gabigol durante o treino de hoje (4) da seleção brasileira na Neo Química Arena, em São Paulo - Lucas Figueiredo/CBF
Gabigol durante o treino de hoje (4) da seleção brasileira na Neo Química Arena, em São Paulo Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

04/09/2021 17h41

Gabigol e Tite reagiram hoje (4) às críticas sofridas no jogo contra o Chile, na última quinta-feira. Uma das discussões mais populares entre analistas e torcedores desde a partida é sobre o posicionamento do atacante na seleção brasileira, com supostamente menos liberdade do que tem no Flamengo. Segundo o próprio atacante, a alegação não é verdadeira, porque suas funções seriam parecidas nos dois contextos.

O camisa 9 da seleção nas Eliminatórias da Copa do Mundo do Qatar falou sobre o tema numa pergunta que contextualizou sua participação no gol de Everton Ribeiro: posicionado como ponta pela direita, Gabigol induziu com passe o avanço ofensivo do lateral-direito Danilo, que infiltrou na defesa do Chile e tocou para o meio da área. Everton passou para Neymar, mas Claudio Bravo fez a defesa. No rebote, o meia fez o gol da vitória. Gabigol estava dentro da área, mas participou somente da origem da jogada.

"Claro que tem a intuição do jogador, mas as coisas são treinadas, recebemos muitos vídeos e tem palestra. Eu sabia que ali era um espaço que eu poderia aproveitar, então pude segurar a bola e vi a passagem do Danilo, que faz isso como ninguém, e conseguimos criar a jogada de gol. No Flamengo e aqui [na seleção] eu tenho a mesma liberdade para flutuar não só dentro da área, mas também pelo lado direito onde gosto de jogar. Pude fazer a jogada, ajudar meus companheiros, e fiquei muito feliz pelo gol do Everton", disse o atacante.

Gabigol tem 13 jogos e somente três gols pela seleção, um número muito abaixo do que ostenta pelo Flamengo. Neste ano, a título de comparação, ele é o maior homem-gol do futebol brasileiro com 35 gols marcados. Segundo o técnico Tite, seria desperdício deixar o jogador como centroavante sem mobilidade na seleção:

Quando tu estavas fazendo a pergunta eu anotei a palavra 'liberdade'. Porque nós acompanhamos o Gabi no Flamengo, no Santos, nos enfrentamentos contra ele, e ele é um jogador que precisa de espaço de movimentação. Se for para ter o Gabigol só como pivô de frente eu vou retirar as melhores características dele. Essa liberdade de movimentação, mas com presença de área para ser o homem-gol, sim. Mas tendo essa liberdade. Não é o campo todo, é centro-direita, onde ele se sente melhor. E a partir disso a presença de área, mas com a liberdade criativa do atleta."

No próprio lance do gol de Everton Ribeiro, Gabigol participou da construção da jogada e se lançou à área para finalizar caso houvesse chance. O próximo desafio do camisa 9 será amanhã (5), às 16h, na Neo Química Arena, diante da Argentina.

Gabigol - Getty Images - Getty Images
Gabigol e Medel disputam lance em Chile x Brasil nas Eliminatórias, na última quinta-feira
Imagem: Getty Images

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Brasil x Argentina

"É muito especial para todos nós, sempre tivemos o sonho de estar com essa camisa e jogar um jogo desse tamanho. Será um grande jogo, esperamos merecer ganhar, como sempre o professor fala. Primeiramente jogar bem, para então sair comemorando do estádio. Tem muitos craques envolvidos, é muito bom estar dentro de um jogo como esse. É indiscutível falar da qualidade do Ney e do Messi, mas estamos ali para ajudar nas jogadas de ataque. Procuramos jogar muito em grupo e a qualidade individual aparecerá se o grupo estiver bem."

Entrosamento na seleção

"Claro que é diferente, no clube temos o dia a dia, vamos nos conhecendo. Particularmente jogo em um mesmo time há três anos, é óbvio que isso tem uma diferença. Mas mesmo com pouco treinamento estamos melhorando, ganhando sequência e a qualidade individual ajuda bastante. Aos poucos vamos nos ajudando dentro de campo."

Gramado faz diferença?

"É outro jogo, sinceramente. No Chile tivemos alguns lances que o gramado atrapalhou um pouquinho, tem que dominar bola duas, três vezes e perde tempo, para driblar zagueiro você ganha tempo com um campo bom, a bola não quica na finalização. É muito bom jogar em campo bom, você se anima, a qualidade dos times aumenta. É estranho falar sobre isso, que deveria ser o básico no futebol. Se comenta muito no Brasil que o jogo é lento, mas é difícil fazer jogadas mais rápidas."