Após ação da Anvisa, Argentina deixa estádio e partida continua suspensa
A seleção argentina deixou a Neo Química Arena após intervenção da Anvisa na partida contra o Brasil neste domingo (5). Toda a delegação, inclusive os quatro jogadores que descumpriram a determinação de quarentena, estão a caminho do aeroporto de Guarulhos.
O intuito da Anvisa, ao parar o jogo, foi impedir que os quatro jogadores que vieram da Inglaterra disputassem o confronto. Diante da intervenção com a bola rolando, a seleção argentina deixou o campo e foi para o vestiário.
A confusão à beira do campo começou aos cinco minutos. Funcionários responsáveis pela operação do jogo tentaram impedir a entrada no campo, mas não conseguiram. Minutos depois, toda a seleção argentina deixou o gramado, apesar de os quatro jogadores envolvidos serem o goleiro Emiliano Martínez, o zagueiro Cristian Romero, o volante Lo Celso e o meia-atacante Emiliano Buendía.
No início da tarde, a Anvisa chegou a emitir um comunicado no qual apontou "risco sanitário grave, e por isso orientou às autoridades em saúde locais a determinarem a imediata quarentena dos jogadores, que estão impedidos de participar de qualquer atividade e devem ser impedidos de permanecer em território brasileiro".
Segundo a Anvisa, os quatro jogadores declararam não ter passagem por nenhum dos quatro países com restrições nos últimos 14 dias — entre eles a Inglaterra. Os viajantes chegaram ao Brasil em voo de Caracas/Venezuela com destino a Guarulhos. Porém, notícias não oficiais chegaram à Agência dando conta de supostas declarações falsas prestadas por tais viajantes.
De acordo com as regras brasileiras, os visitantes que estiveram no Reino Unido 14 dias antes de entrar no país devem ficar em quarentena por 14 dias na chegada.
A CBF intercedeu junto ao Governo Federal em apoio à Conmebol e à AFA e tinha como garantido um acordo com as autoridades, tanto que os argentinos escalaram como titulares três dos quatro que vieram da Inglaterra a menos de 14 dias.
Durante a transmissão da Globo, o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, disse que houve uma série de descumprimentos por parte dos argentinos. "Chegamos a esse ponto porque tudo aquilo que a Anvisa orientou antes e não foi cumprido. Esses jogadores tiveram orientação de ficarem isolados para serem deportados. O isolamento poderia ser até mesmo no hotel. Mas isso não é cumprido. Eles entram em campo ainda. Há uma sequência de descumprimentos", disse ele.
Ministério da Saúde apoia Anvisa
No alto escalão da Conmebol, a versão é que houve um acordo com as autoridades brasileiras para que os jogadores participassem da partida mesmo sem ter seguido a quarentena. Segundo o UOL apurou, o discurso que vem da entidade sul-americana é que ontem o ministro da Saúde deu as garantias que o jogo fosse disputado.
Procurado pela reportagem, o Ministério da Saúde evitou responder se, de fato, fez algum acordo com a Conmebol. Se limitou a dizer, em nota, apenas que "apoia e reconhece as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), autoridade em saúde responsável pelas ações de vigilância sanitária do país."
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