Rivalidade Brasil x Argentina aquece: ar de revanche e polêmica sobre vetos
Entre as maiores do futebol, a rivalidade das seleções de Brasil e Argentina no futebol ganhou novos ingredientes nos últimos meses e agitou os bastidores antes de as equipes entrarem em campo hoje (5), às 16h, na Neo Química Arena, em São Paulo. O jogo é atrasado da sexta rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo do Qatar e acontece menos de dois meses depois do último encontro, que valeu pela final da Copa América — o torneio foi disputado no Brasil e teve a Argentina como campeã.
Desde a época da Copa América, alguns elementos dessa rivalidade ganharam mais peso. Antes da final, os jogadores da seleção brasileira mostraram inquietação contra um movimento de compatriotas que decidiram torcer pela Argentina, seja por causa de Messi ou por que a CBF foi fiadora da realização do torneio no Brasil mesmo em momento agudo da pandemia.
O lema "se tem Brasil eu sou Brasil" foi usado pela primeira vez por Neymar e até hoje é replicado por outros jogadores da seleção, como o zagueiro Thiago Silva. Existe um ar de revanche entre os jogadores no primeiro clássico desde aquele episódio. Mas esse reacendimento da rivalidade com a Argentina não parou por aí e chegou até os Jogos Olímpicos de Tóquio.
Provocações nas redes sociais
Na época das Olimpíadas, a emissora de TV argentina "TYC Sports" exaltou num post do Instagram os três gols marcados por Richarlison contra a Alemanha, na estreia do futebol masculino. Nos comentários, jogadores da seleção argentina campeã da Copa América sobre o Brasil zoaram: "E na final?". Paredes começou essa provocação, seguido por Lo Celso e Di Maria.
Richarlison é fã de jogadores com estilo irreverente, como Romário, Edmundo, Paulo Nunes, Neymar e outros. Pessoas próximas dizem que depois de ser alvo dos argentinos era questão de tempo para devolver a provocação. E assim foi: quando a Argentina foi eliminada ainda na fase de grupos das Olimpíadas, o camisa 10 escreveu nas redes sociais "mil gols, só Pelé" e "quem tem mais tem 5", além de aparecer numa foto postada por Matheus Cunha fazendo gesto de adeus com a legenda "tchau, hermanitos".
De Paul retrucou. Postou uma foto da final da Copa América em que aparece à frente de Richarlison, ajoelhado, e olhando feio para o brasileiro, como se desse uma bronca. Acrescentou um emoji de taça, uma bandeira da Argentina e outro pedindo silêncio. Richarlison não respondeu a esta provocação específica e até se envolveu em outra com o chileno Arturo Vidal, mas o clima com os argentinos não é bom.
Vetado pelo Everton-ING, Richarlison não estará no clássico deste domingo.
Polêmica sobre liberações
Ao todo, 12 jogadores da seleção brasileira convocados para estes jogos de setembro foram proibidos por seus clubes de jogar pela seleção — nove deles atuam na Inglaterra. Já a Federação Argentina negociou com Aston Villa e Tottenham e conseguiu as liberações de Emiliano Martínez, Buendía, Cristian Romero e Lo Celso. Os jogadores e dirigentes propagandearam o aval como fruto da vontade e esforço dos jogadores de estarem na seleção.
O problema é que o quarteto não passou pelo período obrigatório de quarentena para entrar no Brasil que as pessoas que estiveram no Reino Unido nas duas semanas anteriores — como é o caso deles — precisam passar. Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os jogadores mentiram na documentação para entrar no país e podem ser proibidos de entrar em campo e até deportados.
Nas redes sociais, o descumprimento da regra sanitária que pode gerar a punição tem sido visto pelos torcedores argentinos como uma virada de tapete dos brasileiros para impedir a participação dos jogadores na partida de amanhã. É só mais um ingrediente de uma rivalidade que está pegando fogo.
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