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OPINIÃO

RMP: "Não vejo futuro para o Fernando Diniz se ele não mudar"

Do UOL, em São Paulo

06/09/2021 04h00

Neste domingo (5), o Santos anunciou a demissão de Fernando Diniz. O treinador não resistiu à sequência de três derrotas do Peixe, a última delas para o Cuiabá, no sábado (4), por 2 a 1. Nos últimos nove jogos, o time alvinegro conquistou apenas uma vitória e está a apenas quatro pontos da zona do rebaixamento do Brasileirão.

No Fim de Papo, live pós-rodada do UOL Esporte - com os jornalistas Isabela Labate, Renato Maurício Prado, Menon e Rodolfo Rodrigues - a demissão de Fernando Diniz esteve no centro das discussões. Para os comentaristas, o treinador deve encontrar dificuldades para voltar a comandar um time de ponta.

"Toda hora que o mostram na televisão, ele está vociferando, xingando alguém. Como um cara desses acha que pode comandar um grupo? Não adianta ter boas ideias no futebol, ser um técnico moderno, ofensivo. Ele trata o time dele aos pontapés. Não funciona, e ele está repetindo isso time após time. O mínimo que esperava é que ele fizesse um exame de consciência para se controlar. Se o Diniz não mudar, não vejo futuro para ele", opinou Renato.

Além da série de resultados ruins, Rodrigues destacou que o técnico encontrou problemas como um elenco jovem e um clube em dificuldades financeiras para se reforçar. "Mais uma vez o Diniz sai de um grande clube deixando uma má impressão. Ele não conseguiu fazer esse time do Santos render. Pegou uma equipe que foi quase rebaixada no Paulistão, com vários desfalques em relação àquela que foi vice-campeã da Libertadores com o Cuca, e teve muita dificuldade. Ainda perdeu o Kaio Jorge, que fazia um bom trabalho no comando do ataque, Sempre há uma cobrança, um imediatismo com os resultados. Acho que a diretoria do Santos acelerou esse processo", comentou.

Menon discordou da decisão da diretoria santista de demitir Diniz. "Acho que foi injusto ele ser derrubado. Ele perdeu muitos jogadores e agora estão chegando outros, como Leo Baptistão. Poderia melhorar o trabalho dele, sem pensar em título. O Santos poderia tê-lo deixado um pouco mais. O problema é o 'dinizismo'. Não sei porque tanta gente é fã dele. Todo jogo ele tem mais posse de bola e perde", questionou o colunista.

Renato criticou o comportamento de Diniz e a forma como ele trata os atletas. "O Diniz não consegue tratar e se relacionar com os jogadores como ele precisa. Qualquer pessoa que o veja à beira do campo diz que ele vai perder o elenco em três jogos. O problema do Diniz é esse: ele não aprende. Como alguém formado em psicologia xinga seus jogadores durante 90 minutos, jogo após jogo? Aquele caso do Tchê Tchê só ficou mais famoso porque a televisão pegou o som", enfatizou, citando o caso ocorrido durante a partida entre São Paulo e Red Bull Bragantino na última edição do Brasileirão. Entre outras ofensas, Diniz chamou o jogador, hoje no Atlético-MG, de "mascaradinho" e "perninha".

Menon considera que o treinador deveria dar uma pausa em sua carreira. "Os argumentos a favor do Diniz são sempre no condicional. É sempre no 'se'. Nunca tem resultado e é uma constante: mais posse de bola, e o placar é do adversário. Se eu fosse ele, daria um tempo e tentaria pegar um time bom no Nordeste. Fazer um bom trabalho em um time da Série B, C, e tentar escalar novamente. Não deu certo no São Paulo, Santos, Fluminense e Athletico. Ele vive de um vice", disse, referindo-se ao segundo lugar obtido pelo Audax no Paulistão de 2016, quando o time de Osasco perdeu a decisão para o Santos.

Para Rodrigues, tanto Santos como Diniz devem enfrentar dificuldades para seguir em frente. "Não vejo um grande treinador que o clube possa contratar, pagar um salário alto para dar um jeito rápido. O Diniz não conseguiu mostrar um trabalho consistente. Ele sai muito rápido do Santos, com um aproveitamento baixo. Fica até difícil imaginá-lo voltando a pegar um time de ponta", completou.