Corte de Marquinhos tem relação com rumo de Brasil x Argentina na Fifa
Gabriel Carneiro e Igor Siqueira
Do UOL, em São Paulo e Rio de Janeiro
07/09/2021 19h34
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou hoje (7) de manhã o corte do zagueiro Marquinhos da seleção. O comunicado da entidade diz que não foram obtidas "garantias do Comitê Disciplinar da Fifa para sua escalação" na próxima quinta-feira, às 21h30, contra o Peru, pela décima rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo do Qatar.
Marquinhos levou cartão amarelo no jogo contra o Chile, dia 2, e o acúmulo gerou suspensão automática de uma partida. Este gancho seria cumprido na rodada seguinte, domingo (5), contra a Argentina. O problema é que o clássico foi interrompido e depois suspenso pela polêmica dos jogadores argentinos que violaram regras sanitárias do país, daí nasceu a dúvida se o zagueiro cumpriu ou não sua punição.
Segundo apurou o UOL Esporte, o departamento jurídico da CBF fez contato com representantes Fifa já na noite de domingo e recebeu como resposta ontem (6) apenas o encaminhamento de um trecho do regulamento disciplinar da entidade, artigo 62, item 5, da seção "procedimentos especiais".
"Se uma partida for abandonada ou cancelada (...) a suspensão só é considerada cumprida se o time do jogador suspenso não for responsável pelas circunstâncias que geraram o abandono ou cancelamento (...)".
Ou seja, para definir se Marquinhos cumpriu ou não a suspensão automática depende do que a Fifa decidir sobre a suspensão do jogo. Nenhuma palavra complementar foi dita pelo representante da entidade. O procedimento disciplinar foi aberto ontem (6).
Assim, no caso de o Brasil ser condenado como responsável pela interrupção do jogo ele perderia os pontos em disputa na partida e pagaria uma multa. Se decidisse permitir a entrada Marquinhos contra o Peru ainda poderia ser penalizado por escalar um jogador irregular na partida seguinte. A desconvocação é enquadrada, portanto, como uma precaução.
Isso não significa, no entanto, que o Brasil tenha pessimismo no julgamento da Fifa. O país ainda tem cinco dias para enviar sua defesa formal. A estratégia da CBF será juntar o máximo de documentos para apontar que não foi responsável pela interrupção do jogo, entre eles os e-mails por meio dos quais diz ter informado aos adversários sobre as exigências sanitárias do governo.
"Foi uma decisão tomada baseada em fatos e comum acordo da comissão e todos que têm poder para isso. Marquinhos sabe bem o que fazer, ele é só o capitão do PSG, tira de letra qualquer situação", disse hoje (7) o lateral-direito Danilo. Marquinhos já foi liberado para voltar à França.