Teste de escalação do Brasil com só dois atacantes é adiado. O que muda?
Em cinco anos com Tite, são raras as vezes em que a seleção brasileira não entrou em campo com três jogadores normalmente associados à posição de atacante. Desde o início das Eliminatórias da Copa do Mundo do Qatar, no ano passado, foram dez trios de ataque diferentes — em um dos jogos, o Brasil chegou a atuar com quatro atacantes —Neymar exercia funções de meia.
Estes elementos tornam inusitada a escalação que começou jogando a partida de domingo (5), contra a Argentina, na Neo Química Arena. Tite escalou o time do meio-campo para frente com Casemiro, Gérson, Everton Ribeiro e Lucas Paquetá; Neymar e Gabigol.
Tite não conseguiu ver o seu teste colocado em prática. O jogo foi interrompido aos seis minutos do primeiro tempo e logo depois suspenso após ação de agentes da Anvisa para impedir que quatro jogadores argentinos que vieram da Inglaterra e não cumpriram quarentena estivessem em campo. Ou seja, a observação desta alternativa de escalação com dois atacantes foi adiada.
O próximo jogo da seleção é na quinta-feira, às 21h30, contra o Peru, na Arena de Pernambuco. Tite e sua comissão técnica são afeitos a definir escalação de acordo com o que esperam do adversário. A última amostra da seleção peruana contra o Brasil é de linha de cinco defensiva, o que faz com que o jogo seja jogado mais no campo de ataque da equipe de Tite do que meio-campo e, assim, cresça a exigência por mais atacantes. Isso significa que o teste da dupla de ataque pode nem sair do papel em setembro.
Qual era a ideia?
Uma escalação com dois atacantes não significa que a seleção pretendia jogar contra a Argentina de forma defensiva. A formação com o trio Vini Jr, Neymar e Gabigol não deu certo contra o Chile na rodada anterior das Eliminatórias e durou só os 48 minutos do primeiro tempo.
Os três seriam abastecidos por Lucas Paquetá, que jogou de meia, dois volantes centrais (Casemiro e Bruno Guimarães) e uma linha de quatro na defesa orientada a explorar jogadas de velocidade. Deu tudo errado. O Brasil teve menos de 40% de posse de bola e não botou volume. O time foi arrumado no intervalo com as entradas de Gérson e Everton Ribeiro — este, na vaga de Vini Jr, que não teve sucesso na ideia de barrar as jogadas do lateral Isla e foi trocado de função ainda no primeiro tempo com Paquetá.
Everton Ribeiro mostrou maior capacidade de articulação e o time melhorou com quatro meio-campistas e dois atacantes, um puro 4-4-2, sendo Gabigol pela direita e Neymar do lado esquerdo. O gol da vitória contra o Chile sai num lance com essa dinâmica: posicionado como ponta pela direita, Gabigol induziu com passe o avanço ofensivo do lateral-direito Danilo, que infiltrou na defesa do Chile e tocou para o meio da área. Everton passou para Neymar, mas Claudio Bravo fez a defesa. No rebote, quase como um centroavante, o meia fez o gol da vitória.
Tite queria repetir essa forma de jogar em que a ausência de pontas abertos permite a chegada dos laterais para construir jogadas em associação com dois meias que geram muito jogo, sendo Everton Ribeiro pela direita e Paquetá mais à frente pela esquerda na segunda linha de quatro.
Os trios de ataque da seleção desde 2020:
- Éverton Cebolinha, Neymar e Roberto Firmino
- Richarlison, Neymar e Roberto Firmino
- Gabriel Jesus, Roberto Firmino e Richarlison (três vezes*)
- Richarlison, Neymar e Gabigol
- Gabriel Jesus, Neymar e Richarlison (três vezes)
- Gabriel Jesus, Éverton Cebolinha e Neymar
- Éverton Cebolinha, Roberto Firmino e Gabigol
- Éverton Cebolinha, Neymar e Richarlison (duas vezes)
- Vini Jr, Neymar e Gabigol
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