Crise em campo aumenta pressão interna no Vasco; Cúpula busca soluções
Em pouco mais de sete meses à frente do Vasco, a gestão encabeçada pelo presidente Jorge Salgado encara uma crise em campo que já tem reflexos políticos. Diante da ausência de resultados e com o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro cada vez mais distante, conselheiros contestam o projeto que foi colocado em prática até aqui, e fazem cobranças à cúpula por respostas a curto prazo.
A derrota para o Avaí parece ter sido um passo ainda mais pesado em um clima que já vinha efervescente nos bastidores. Ainda na noite da última segunda-feira, após a partida, foram muitas as manifestações que transpareciam insatisfação com o caminhar do departamento de futebol.
De fato, apesar dos reforços anunciados recentemente, o atacante equatoriano Jhon Sánchez e o zagueiro Walber, os responsáveis pela gestão parecem não ter mais reação frente ao atual momento. E um dos adversários que o Cruz-Maltino terá de enfrentar daqui para frente é a matemática, uma vez que as probabilidades de terminar a Série B no G4 estão cada vez menores.
Neste cenário, apesar de a pasta do futebol ser da alçada da diretoria administrativa, há mobilizações internas, tanto de integrantes da situação quanto de oposição. A "Sempre Vasco", grupo político que ficou na segunda colocação da eleição presidencial e tem 10% do Conselho Deliberativo, em postagem em uma rede social, disse que o clube vive "uma situação insustentável, presos numa gestão obsoleta do futebol".
O escopo do departamento de futebol já foi questionado em oportunidades anteriores. À época, Jorge Salgado justificou a estrutura mais enxuta devido às questões financeiras — a pasta, porém, não tem, por exemplo, um vice-presidente, cargo que não é remunerado.
A crise financeira, inclusive, pode ser ainda mais agravada caso uma permanência na segunda divisão se confirme para a próxima temporada, com previsões de receitas muito menores às quais o clube estava acostumado. Apesar de a Justiça ter confirmado a suspensão do Regime Especial de Execução Forçada (REEF), o problema ainda ronda o Vasco, que, em breve, terá de apresentar um plano de pagamento para quitar os R$ 93,5 milhões de dívidas trabalhistas.
Enquanto isso, diretoria, comissão técnica e elenco se apegam ao período que terão de treinamento até o próximo compromisso. A equipe encara o CRB, fora de casa, no próximo dia 16, jogo que ganha ares de decisão. Com 32 pontos e na nona colocação, o triunfo se torna quase que essencial para que o time possa manter vivo o desejo de voltar à Série A.
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