Com o adiamento de jogos do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil para clubes que tiveram jogadores convocados para a seleção brasileira, os técnicos ganharam mais tempo para treinar e até recuperar jogadores contundidos. Porém, para o jornalista Mauro Cézar Pereira, colunista do UOL Esporte, a oportunidade não foi tão efetiva, pois os treinadores não puderam contar justamente com seus principais jogadores durante a pausa.
"Os técnicos tiveram tempo para treinar, [mas] treinaram times desfalcados. Não tiveram peças importantes à sua disposição para fazer os devidos ajustes no dia a dia de treinamentos. Claro que ele pode contar com jogadores que estavam contundidos, agora recuperados, jogadores que precisavam de uma parada, uma melhoria na parte física e de repente conseguiram fazer isso", disse a partir dos 4 minutos no vídeo do quadro "Fala, Maurão".
Ele cita que há uma expectativa grande sobre o retorno de times como Atlético-MG, atual líder do Brasileiro, com 39 pontos, e Palmeiras, vice-líder, com 35. Neste período de pausa, no entanto, Cuca, treinador do Galo, não teve à disposição o goleiro Everson, o lateral esquerdo Guilherme Arana e o atacante Hulk, cedidos à seleção brasileira, além do zagueiro paraguaio Junior Alonso, do meia equatoriano Alan Franco e dos atacantes Vargas, do Chile, e Savarino, da Venezuela. Já o Palmeiras, de Abel Ferreira, não pôde contar com o goleiro Weverton servindo à seleção brasileira, com o zagueiro Gustavo Gómez, que se juntou à seleção paraguaia, e com Joaquín Piquerez, que está com a equipe uruguaia.
"Esses técnicos não tiveram esses jogadores à disposição, então, não puderam, digamos assim, ajustar a máquina da forma como gostariam. Progresso, você pode encontrar, mas não tanto assim, justamente porque você abre mão dos jogadores. Você tem o período para treinar, sem jogos, mas, sem nomes importantes, com reservas fazendo ali o papel de dublê dos titulares convocados pelas seleções nacionais. Você vai ter alguns ganhos, mas não ao ponto de poder realizar aquilo que a gente esperava —ou espera— que é sempre uma evolução constante das equipes. Os técnicos nem têm tanta responsabilidade assim."
Além de Atlético-MG e Palmeiras, Flamengo, que cedeu Gabigol e Everton Ribeiro, e São Paulo, que não pôde contar com Miranda e Daniel Alves, tiveram jogos adiados por causa dos desfalques de jogadores a serviço das seleções.
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